domingo, 11 de novembro de 2007

vida apos a morte

VIDA APÓS A VIDA – PARASHÁ TOLDOT 5768 (09 de novembro de 2007)

No dia 28 de agosto de 1983, às 17:45, morreu Zursh Virma, vítima de um tiro na cabeça. Por muito tempo o crime ficou sem solução, pois o assassino fugiu. Quatro meses depois nasceu Tito Singh, na mesma cidade onde vivia Zursh Virma. Quando Tito tinha 6 anos de idade, ele começou a contar para seus pais:

- Sabem, na minha vida anterior eu tinha uma loja de aparelhos eletrônicos no centro da cidade. Me recordo que uma tarde, às 17:45, eu estava saindo da loja e dois homens me atacaram, e um deles me deu um tiro na cabeça, causando minha morte. O assassino é o comerciante Sedik Yuhadian.

Os pais, surpresos com tudo o que o garoto havia contado, o levaram ao renomado Doutor Chadta, que pediu imediatamente radiografias da cabeça do garoto. Na radiografia podia ser visto uma sombra estranha, como se a criança tivesse passado por uma cirurgia, mas os pais afirmaram que Tito nunca havia passado em sua vida por uma operação. O Dr. Chadta informou o caso às autoridade, que já haviam encerrado o caso por falta de provas, e pediu uma exumação do corpo de Zursh Virma para que fossem feitos alguns exames. Todos ficaram atônitos quando viram que a trajetória da bala na cabeça de Virma era idêntica à que aparecia na cabeça da criança.

O caso rapidamente ganhou repercussão nacional, e depois internacional. Os jornalistas promoveram um encontro de Tito com a viúva de Virma, e Tito a relembrou de uma tarde em que foram passear no campo, e ele a havia presenteado com uma caixa de chocolates. A mulher começou a chorar sem parar, e contou a todos os presentes que realmente o relato era verdadeiro, e que eles nunca haviam comentado com mais ninguém sobre aquela tarde no campo.

Diante da pressão da imprensa e da opinião pública, a polícia decidiu submeter o comerciante Sedik Yuhadian a um interrogatório. Em pouco tempo o acusado não agüentou mais sustentar as mentiras e confessou o assassinato. Atualmente se encontra na cadeia, pagando pelo seu crime.

(História Real, publicada pela Agência de Notícias de Nova Deli)
-------------------------------------------------------
Nesta semana lemos a Parashá Toldot, que nos descreve as características de Yaacov e Essav, os filhos de Itzchak e Rivka. Enquanto Yaacov utilizou seu potencial para crescer em espiritualidade e bons atos, Essav utilizou seu potencial para buscar prazeres do mundo material, afundando-se espiritualmente com transgressões graves como adultério e assassinato.

E há um acontecimento que ressalta esta diferença entre os irmãos. Essav, por ser o filho primogênito, tinha o direito a uma Brachá (Benção) espiritual especial de seu pai, algo de valor inestimável. Porém, voltando um dia do campo, ele encontrou seu irmão Yaacov preparando uma sopa de lentilhas. Exausto, ele pediu para que seu irmão lhe desse um pouco de comida, e Yaacov negociou, pedindo em troca a primogenitura. Essav aceitou imediatamente, com o seguinte argumento: "Se eu vou morrer, para que me servirá esta Brachá?" (Bereishit 25:32). Mas será que Essav estava tão faminto assim, que corria o risco de morrer de fome? Sabemos que não é tão fácil assim morrer de fome! Então o que significa "se eu vou morrer"?

Explicam nossos sábios que Essav não se referia a morrer de fome. Ele sabia que a Brachá de seu pai serviria para o mundo espiritual, mas ele não acreditava que existia vida após a morte. Portanto, ele estava deixando claro que desprezava a Brachá, pois sabia que um dia iria morrer, e acreditava que seria o fim de tudo. A prova de seu desprezo é o versículo que segue: "Yaacov deu para Essav pão e sopa de lentilhas, e ele comeu e bebeu, e se levantou e saiu. E Essav desprezou a primogenitura" (Bereishit 25:34). Se alguém vende uma jóia valiosa por um preço muito barato por que está precisando de dinheiro urgente, quando a situação volta ao normal, a pessoa se desespera por ter perdido a jóia. Se Essav realmente se importasse com a primogenitura, ele deveria ter chorado quando acabou de comer e matou sua fome. Mas o versículo ressalta que ele "comeu e bebeu, se levantou e saiu", como se nada tivesse acontecido.

Não era somente Essav que não acreditava na vida após a morte. Muito cientistas também acreditam que não existe vida espiritual, pois a ciência se baseia na premissa de que somente o que podemos ver ou medir existe. Já que não podemos ver as almas nem o Mundo Vindouro, portanto nada disso existe. Mas qual a visão judaica sobre a vida após a morte? Temos somente uma crença, uma fé cega, ou temos provas de que nossa vida não é apenas esta existência curta?

Pelo fato de que não podemos enxergar o mundo espiritual, D'us nos entregou a Torá e nos deixou várias "marcas" da vida espiritual, para que não precisássemos depender apenas da nossa fé cega. Um exemplo das "marcas" de uma vida espiritual além da vida física é a "Experiência de Quase-Morte", um processo em que o coração da pessoa pára, não há ondas cerebrais nem respiração, por períodos que podem variar de alguns segundos a até 45 minutos. Segundo a medicina, a pessoa é considerada morta, mas por algum motivo ela volta à vida.

Inicialmente a ciência não acreditou nos relatos, pensou que eram alucinações ou brincadeiras. Mas quando milhares de pacientes que passaram pela Experiência de Quase-Morte começaram a ser catalogados, e começaram a descrever exatamente as mesmas coisas, muitos pesquisadores decidiram se aprofundar no assunto. O mais incrível é que uma grande porcentagem dos pacientes não são fanáticos religiosos querendo trazer novos "fiéis", e sim pessoas totalmente afastadas de qualquer religião, muitas vezes ateus e descrentes de uma vida espiritual. E a prova definitiva, que derrubou qualquer dúvida, foram as pessoas que descreveram coisas que aconteceram fora do seu corpo, e as informações puderam ser verificadas, como por exemplo uma pessoa que avisou aos médicos que eles haviam esquecido uma tesoura em sua barriga, e pessoas cegas desde o nascimento que descreveram tudo o que aconteceu na sala de operação durante suas "mortes".

Pesquisadores renomados, como o Dr. Raymond A. Moody, PhD, psiquiatra que escreveu o livro "Life after Life", e a psiquiatra americana Elizabeth Kubbler-Ross, com 20 mil casos estudados, dedicaram suas vidas a estudar o fenômeno, e descreveram em seus estudos tudo o que as pessoas contavam quando voltavam à vida, detalhes como o túnel escuro, a Luz no fim do túnel e o encontro com os parentes.

E o que o judaísmo têm a dizer sobre todas estas descrições? Há mais de 3.300 anos, a Torá já nos traz fontes de todos os eventos descritos sobre o mundo espiritual, nos mínimos detalhes. Por exemplo, sobre o túnel escuro a Torá descreve: "Quando a alma sai deste mundo, ela entra na Maarat Hamachpelá (caverna onde estão enterrados os patriarcas), pois lá se encontra a entrada do Gan Eden." (Zohar Hakadosh Parashá Lech Lechá). Sobre a "Luz" está escrito: "o Mundo Vindouro é largo e infinito.... ele contém uma grande Luz, diferente de qualquer luz deste mundo" (Sefer HaYashar, Shaar 14). E sobre o encontro com os parentes a Torá fala: "No momento em que a pessoa morre, ela vê seus parentes e amigos vindos do Mundo da Verdade, e os reconhece..." (Zohar Hakadosh Parashá Vaiehi). Difícil acreditar que seja um coincidência que para todos os fenômenos que as pessoas descrevem atualmente exista uma fonte da Torá.

Portanto, com tantas provas, é difícil não enxergar que a vida não termina com a morte; a vida neste mundo é apenas uma preparação para a vida verdadeira, a vida espiritual. Como um bebê se prepara no útero de sua mãe para vir à vida, também nós nos preparamos neste mundo para, quando chegar o momento certo, sairmos daqui e começarmos a nossa vida verdadeira, a nossa vida eterna.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

"SE NASCEMOS PARA VIVER, ENTÃO POR QUE MORREMOS? E SE NO FINAL VAMOS MORRER, ENTÃO PARA QUE VIVEMOS?" (RAV AMNON ITZCHAK)
------------------------------------

Nenhum comentário: