domingo, 11 de novembro de 2007

Parashá Chaiê Sara dxy iig


Eliezer, o servo de Avraham (Abraão), viajou para a cidade de Aram Naharáim à procura de uma noiva para Yitschac (Isaac). Quando ele encontrou Rivca (Rebeca), contou à família da moça sobre sua missão e disse: "Eu cheguei hoje mesmo," Gn:24:42. Nossos sábios explicam que esta frase alude a um milagre extraordinário que aconteceu a ele: "Eu parti hoje e cheguei hoje," isto é, a viagem que normalmente levaria 17 dias, foi realizada em um dia!

Por que ocorreu tal milagre, e por que Eliezer o mencionou para a família de Rivca?

O Midrash relata que Rivca era íntegra e dedicada a D’us na casa de seu pai (que era idólatra e perverso); era "como uma rosa entre espinhos." Uma rosa cresce entre espinhos, porque eles ajudam a sua preservação e desenvolvimento (Zohar 11:20b). Por outro lado, todo o jardim é irrigado por causa da rosa, beneficiando deste modo os espinhos e também os outros tipos de vegetação. Os espinhos são removidos apenas quando desejamos a rosa.

Avraham sentiu (profeticamente) o momento que Rivca estava preparada para casar, e imediatamente enviou Eliezer para trazê-la a Yitschac. Esta missão de "remover a rosa do meio dos espinhos" não poderia ter começado mais cedo, antes de Rivca ter atingido a idade de casar. Se a viagem de Eliezer ocorresse em seu curso normal, de 17 dias, Rivca teria permanecido com sua família (os "espinhos") por um período maior de tempo. Por isso, a viagem foi abreviada milagrosamente, para evitar qualquer permanência desnecessária de Rivca.

Do mesmo modo, Eliezer percebeu que a família de Rivca argumentaria para que ela ainda ficasse com eles um pouco mais "Deixe a menina ficar conosco por um ano ou dez meses" Gn: 24:55. Por isso ele falou enfaticamente: "Eu cheguei hoje mesmo! Vocês devem saber que este tempo é vital. Cada momento conta, como é evidente pelo fato de que hoje eu parti e hoje mesmo eu cheguei - D’us não fez este milagre à toa!"

Existe uma lição óbvia e bastante significativa para nós, baseado no princípio de que "o que aconteceu aos nossos ancestrais é um sinal para os seus descendentes." No caso de Rivca houve uma abreviação da viagem para evitar que ela permanecesse até mesmo um momento a mais entre os "espinhos," na casa de seus perversos pais e irmão. O mesmo se aplica a nós. Não devemos nos desanimar com a escuridão da Galut (Exílio), pois não há dúvida de que o Todo-Poderoso apressará a Redenção com a vinda de Mashiach, em breve, para evitar que continuemos na Galut mesmo que seja por um instante além do necessário!

Rabino Yehoshua Binyomin Goldman
Adaptação dos ensinamentos do Lubavitch Rebe

Nessa Parashá Avraham compra um local para enterrar Sarah e aos seus descendentes em Chevron – na Mearat HaMachelat (Caverna de Machpelá).

A seguinte história conta um pouco do brilho que existe nesse lugar especial.

Num tempo onde os judeus tinham controle total da Mearat Hamachpelá, o Shamash (zelador) era responsável pelas chaves do seu portão. Seu nome era Yitshac e ele era um pobre viúvo. Ele tinha uma filha chamada Dina, uma moça gentil, bondosa e bonita. Quando chegou a época de Dina se casar, ela foi prometida a um jovem rapaz de boa família.

Yitshac trabalhou pesado para economizar dinheiro para as necessidades de casamento de sua filha. Ele comprou um enxoval de noiva e uma variedade de ornamentos para o dia de seu casamento. Mas então Yitshac lembrou que as tradições de sua comunidade requeriam que ele providenciasse para Dina um colar de ouro para que usasse na cerimônia. Entretanto, não havia sobrado nenhum dinheiro para isso. Ele ficou muito triste. Esse adorno era um grande motivo de orgulho para as mulheres da comunidade, e sem a vestimenta apropriada, eram famosas as histórias de moças pobres que chegavam a chorar de vergonha e algumas até fugiam para evitar isso. Yitshac estava fora de si, sem saber o que fazer. Ele não contou nada a Dina, pois não queria que ela ficasse triste antes da hora.

Quando se aproximava o dia do casamento, Dina teve um sonho no qual estava de pé na frente do portão da Mearat Hamachpelá. Lá estava ela, segurando as chaves do portão. Uma senhora vestida de branco veio até ela, com um rosto radiante como o sol. Ela levantou a mão e acariciou os cabelos de Dina. Então lhe falou: “Essa corrente enorme com as chaves para esse lugar sagrado devem ser teu colar durante o casamento. Esse colar carrega consigo 100 vezes mais mérito do que qualquer colar de ouro e jóias.”

Então, a senhora desapareceu e Dina acordou, lembrando-se do sonho. Ela decidiu não contar nada a ninguém.

Finalmente chegou o dia do casamento e o rosto de Yitshac estava cinza de medo com o que estava por acontecer. As amigas de Dina vieram ajudá-la a se preparar para seu casamento. Depois que Dina colocou sua roupa, ela chamou seu pai, perguntando se podiam ter uma conversa a sós. Com um grande sorriso no rosto, ela falou, “Pai, por favor dê-me às chaves para a Mearat Hamachpelá. Elas serão meu colar de casamento. Elas têm muito mais mérito do que qualquer ouro ou jóias.”

Yitshac ficou surpreso e aliviado. Ele correu para pegar as chaves e entregou-as à sua filha. Vestindo a corrente com as chaves para a Caverna de Machpelá, Dina estava radiante. As pessoas exclamaram que ela estava mais bonita com o colar das chaves de ferro do que qualquer noiva do passado com ouro e pedras brilhantes.
Desde aquele dia, as noivas de Chevron passaram a vestir esse colar especial de “Ferro” ao invés de ouro e jóias no seu casamento.

Yossef Zukin

Os Mensageiros:

O judaísmo descreve nosso relacionamento com D’us usando muitas metáforas extraídas dos relacionamentos humanos: rei e nação, mestre e servo, pai e filho, mãe e filha, marido e esposa, amante e amada, irmão e irmã, etc. Mas, uma das metáforas mais pungentes para hoje em dia, talvez seja a do mensageiro.

Mensageiros têm duas qualidades fundamentais, mas aparentemente conflitantes. Por um lado mensageiros não precisam abrir mão de sua individualidade (o que não é o caso de servos sob seus mestres ou nações sob seus reis, por exemplo). Na verdade, os mensageiros são escolhidos justamente por causa de sua individualidade e de sua habilidade em transmitir a mensagem usando seu próprio talento, além de sua habilidade de decidir, de forma independente, qual seria o melhor momento e circunstância para a entrega da mensagem. Por outro lado, para que a mensagem permaneça autêntica e inadulterada, o mensageiro não pode desviar-se da missão que lhe foi incumbida por quem o enviou (o “remetente”); ele deve permanecer fiel à intenção e objetivo dele. No momento em que ocorre um desvio da missão ou objetivo original, o mensageiro está automaticamente desqualificado.

Todos nós somos mensageiros, criados com um objetivo. E, tal qual a todos os mensageiros, temos estas duas qualidades conflitantes dentro de nós. Por um lado, temos a nossa autoconsciência, nossas carências, egos e dons especiais para contribuir como indivíduos. Por outro lado, somos parte de um objetivo mais elevado e de um ideal coletivo para os quais estes dons devem ser canalizados, para que possamos realizar nossa missão. O corpo, o ego e os dons que temos garantem que a mensagem ficará devidamente assentada na realidade terrestre, enquanto a Alma garante que a missão será conduzida de acordo com as verdadeiras intenções e objetivos do Divino Remetente.

Izzy Greenberg
Tradução e adaptação do Rabino A. T. Beuthner

QUEM?

A Avraham foi dado o poder de abençoar, Abençoar a todos que ele encontrasse Com saúde, riqueza e sabedoria.
Mas, quem abençoa Avraham?
Jerusalém recebeu o dom de ser a fonte da benção para todas as terras do mundo.
Mas, quem abençoa Jerusalém?
A nação judaica foi encarregada de ser uma fonte de luz para todos os povos do mundo.
Mas, quem dá luz para os judeus?
tem “mazal”.
O judeu tem fé.
Meditações - Tradução e adaptação do Rabino A. T. Beuthner

Nenhum comentário: