sábado, 17 de novembro de 2007

parasha vaiets

PARASHÁ VAIETSÊ ` v i e

O Segredo da Fusão das Pedras

Antes de se recolher à noite, Yaacov colocou doze pedras sob sua cabeça como um travesseiro. Milagrosamente, todas as pedras fundiram-se em uma. O Rei David também teve uma experiência semelhante de fusão de pedras quando as cinco pedras que ele colocou em seu estilingue para matar Golias todas se fundiram em uma. Por quê as pedras de Yaacov e do Rei David fundiram-se e que segredo elas guardam para nós? Nesta apresentação, o Rabbi Ginsburgh revela como a unificação da diversidade representada por essas pedras nos mostra o reconhecimento de que tudo, na verdade, resume-se a “D’us é Um”.


As Doze Pedras e as Doze Tribos

O versículo 28:11 na porção semanal da Torá Vaietsê descreve como Yaacov pegou pedras (no plural) para colocar debaixo de sua cabeça como um travesseiro. O versículo 28:18 refere-se somente a uma pedra, no singular, que Yaacov colocou sob sua cabeça. Esta aparente discrepância fez nossos sábios concluírem que as doze pedras que Yaacov colocou sob sua cabeça quando estava a caminho de Charan se fundiram em uma única pedra. Tanto no nível consciente ou inconsciente, o fato de Yaacov juntar doze pedras refere-se às doze tribos que ele trará a este mundo como resultado de seu casamento em Charan. Mais especificamente, a fusão das doze pedras refere-se à fusão das doze tribos. Esta unificação dos doze filhos de Yaacov ocorreu logo antes de sua morte. Em torno do leito de Yaacov, seus doze filhos proclamaram em uníssono:

Ouve Israel (o nome de Yaacov), A-do-nai é nosso D’us, A-do-nai é Um.

Os Patriarcas serviram a D’us no nível de Olam Há-Atzilut (“o mundo da emanação”). Eles estavam completamente anulados para D’us e serviram como condutores através dos quais D’us revelou a Si mesmo na terra. Os doze filhos de Yaacov estavam em um nível inferior, o nível de Olam Há-Briá (“o mundo criação”), no qual algum grau de autoconsciência existe.

Apesar de não estarem no mesmo nível de seu pai; as doze tribos declararam a ele, em seu leito de morte, que compartilhavam a total e perfeita fé de Yaacov no D’us Único. Com esta declaração, suas almas fundiram-se numa só.

Pai e Filho

A palavra hebraica para “pedra” é even, soletrada com pa` (alef, beit e nun). Isto é um acrônimo para: av ben, “pai filho”. Cada pedra é, a união de pai e filho.

O Rei David e as Cinco Pedras

O único outro exemplo na Bíblia de pedras fundindo-se em uma só é quando o Rei David mata Golias. Em Samuel: 1 17:40, David pega cinco pedras para colocar em seu estilingue. Aqui, também, as cinco pedras fundiram-se numa só.

Estatísticas Pétreas

Os números dessas pedras refletem um lindo fenômeno matemático que ilumina o sentido oculto desses dois eventos de fusão. Existe uma importante relação matemática entre 12 e 5. 12 ao quadrado é 144, enquanto 5 ao quadrado equivale a 25. 144 mais 25 é igual a 169, que é 13 ao quadrado. 13 é o valor numérico da palavra echad (“um”). Isto reflete a pluralidade das várias pedras transformando-se em uma.


A Unificação das Doze Tribos Refletidas em Echad

A palavra c g ` (echad) é soletrada com alef [1], chet [8], dalet [4]. Juntas o g e o c representam as doze tribos. Eles combinam com seu pai, Yisrael, representado aqui pelo ` em sua declaração de que D’us é Um. Os 12 filhos combinam com seu 1 pai para manifestar a unicidade de c g ` (echad) [13].



As Pedras no Estilingue de David Refletem Echad

Nossos sábios explicam que, duas vezes por dia, Golias zombava estrondosamente do acampamento de Israel. Ele sincronizava o momento de suas declarações de desprezo de modo a coincidir com os momentos de manhã e à noite em que os soldados israelitas recitavam a reza do Shemá Yisrael. Desta forma, Golias zombava não só dos soldados israelitas, mas também do D’us de Israel. Ele queria desmoralizar os Judeus pelo enfraquecimento de sua fé em seu D’us. O livro Tikunei Zohar explica que as cinco pedras que David colocou em seu estilingue representavam as primeiras cinco palavras do versículo:

Shemá Yisrael, A-do-nai E-lo-hê-nu A-do-nai Echad.

“Ouve, Israel, A-do-nai é nosso D’us, A-do-nai é Um”

O Um Completo na Criação

No livro Sefer Yetzirah, aprendemos que a realidade tem três dimensões: tempo, espaço e alma; a dimensão humana. Paralelamente a essas três dimensões, descobrimos que a palavra c g ` (echad) “um” é repetida três vezes no relato da criação.

A primeira menção de c g ` (echad) é em Gênesis 1:5

“e foi tarde e foi manhã, dia um”.

Neste versículo, c g ` (echad) se compara à dimensão do tempo.

A segunda menção de c g ` (echad) é em Gênesis 1:9

“Juntem-se às águas debaixo dos céus em um lugar”...

Neste versículo, c g ` (echad) se compara à dimensão de espaço.

A terceira menção de c g ` (echad) é em Gênesis 2:25

“Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma carne”.

Neste versículo, c g ` (echad) se compara à dimensão humana.


Significantemente, cada um dos versículos acima tem 13 palavras.

O primeiro versículo tem 49 letras:

םוי ,רקב יהיו ברע יהיו ;הליל ארק ךשחלו ,םוי רואל םיהלא ארקיו
.דחא


Vayikra Elohim laor yom velachoshech kara laylah vayehi-erev vayehi-voker yom echad.


O segundo versículo tem 52 letras:

;השביה ,הארתו ,דחא םוקמ לא םימשה תחתמ םימה ווקי ,םיהלא רמאיו
.ןכ יהיו


Vayomer Elohim yikavu hamayim mitachat hashamayim el-makom echad vetera'eh hayabashah vayehi chen.
E o terceiro versículo tem 43 letras:

.דחא רשבל ויהו ,ותשאב קבדו ;ומא תאו ויבא תא ,שיא בזעי ןכ לע



Al-ken ya'azov-ish et-aviv ve'et imo vedavak be'ishto vehayu levasar echad.

Juntos, esses três versículos têm 144 letras (12 ao quadrado). Isto representa a unidade manifesta nas três dimensões gerais da realidade de tempo, espaço e almas. Se pudermos encontrar um versículo com 25 letras (5 ao quadrado) para somar a esses três versículos, teríamos c g ` (echad) 13 ao quadrado. Espantosamente, o versículo de 25 letras que estamos procurando é:
.דחא הוהי ,וניהלא הוהי :לארשי ,עמש



Shemá Yisrael, A-do-nai E-lo-hê-nu A-do-nai Echad.
Ouve Israel, A-do-nai é nosso D’us, A-do-nai é Um.

Somando-se este versículo aos versículos correspondendo às dimensões gerais da realidade, teremos um conjunto de versículos que reflete a absoluta unicidade de D’us em todos os reinos da realidade criada. Este versículo se une com as três específicas e individuais manifestações de tempo, espaço e almas; para se transformar em 13 ao quadrado, uma perfeita e realizada interinclusão de 13 em 13. Cada detalhe manifesta o todo, enquanto o todo se torna uma bela e completa coleção que reflete que tudo, na realidade, é simplesmente “D’us é Um”.

Moishe (a.k.a. Maurício) Klajnberg


RESUMO PARASHÁ VAIETSÊ ` v i e

Bereshit 28:10-32:3


Yaacov deixa sua terra natal Be’er Sheva e viaja para Charan. No caminho, ele encontra “o lugar” e dorme lá, sonhando com uma escada conectando o céu e a terra com anjos subindo e descendo sobre ela; D'us aparece e promete que a terra sobre a qual ele repousa será dada a seus descendentes. Pela manhã, Yaacov faz um altar com a pedra na qual apoiou sua cabeça durante o sono, jurando que ela se transformará na casa de D'us.

Em Charan, Yaacov mora e trabalha para seu tio Laban, pastoreando suas ovelhas. Laban concorda em dar-lhe em casamento sua filha mais nova Rachel, a quem Yaacov muito ama, como pagamento pelos sete anos de trabalho. Porém, na noite de núpcias, Laban lhe dá sua filha mais velha, Leah – um embuste que Yaacov só descobre pela manhã. Yaacov também se casa com Rachel uma semana depois, após concordar em trabalhar mais sete anos para Laban.

Leah dá à luz seis filhos, Reuben, Shimon, Levi, Judah, Issachar e Zebulun e uma filha, Dinah, enquanto Rachel permanece estéril. Rachel entrega a Yaacov sua serva Billah como esposa para que possa ter filhos em seu lugar e lhe nascem dois outros filhos, Dan e Naftali. Leah faz o mesmo com sua serva Zilpah, que dá à luz a Gad e Asher. Finalmente, as rezas de Rachel são atendidas e ela dá à luz a Yossef.

Yaacov morou em Charan por quatorze anos e deseja voltar para casa, mas Laban o convence a permanecer oferecendo-lhe ovelhas em pagamento por seu trabalho. Yaacov prospera apesar das repetidas tentativas de Laban de enganá-lo. Depois de seis anos, Yaacov sai às escondidas de Charan temendo que Laban o impeça de viajar com sua família e seus bens pelos quais ele trabalhou. Laban persegue Yaacov, mas é advertido por D'us em um sonho para que não lhe faça mal. Laban e Yaacov fazem um pacto sobre o Monte Gal-Ed, atestado por um pilar de pedras, e Yaacov se dirige a Terra Santa onde é recebido por anjos.
NA MESA DE SHABAT

Estudando Torá Neste Mundo:

Qual é o objetivo na vida de um judeu? Fazer deste mundo um lugar melhor. Isto significa uma conexão espiritual com D'us em todos os aspectos de nossa vida diária, e também a busca contínua para imergirmos nos maravilhosos ensinamentos da Torá.

Às vezes é muito difícil conseguirmos um equilíbrio saudável entre de um lado uma vida prática ativa e por outro lado sermos absorvidos nas idéias espirituais da Torá.

Algumas pessoas vão a um extremo, estando tão envolvidos em seus assuntos mundanos a ponto de nunca terem a paciência de abrirem um livro de Torá; outros vão ao outro extremo e tentam evitar todas as atividades práticas, declarando o estudo da Torá como sua única missão na vida.

Nossa Parashá nos oferece o exemplo de nosso grande ancestral Yaacov. Ele, em particular, representa o ideal do estudo da Torá. A Torá o descreve como “morando em tendas”, que os Sábios explicam como sendo as tendas do estudo da Torá [1]. Além disso, Avraham, Yitschak e Yaacov são descritos como representando os “três pilares sobre os quais o mundo se apóia: estudo da Torá, oração e boas ações” [2]. Avraham, manifestando bondade e hospitalidade, personifica as boas ações; Yitschak, que “rezou no campo” [3], personifica a oração; e Yaacov, aquele que “habita nas tendas do estudo”, personifica o estudo da Torá.

Apesar de Yaacov ser visto tão intimamente conectado com o estudo da Tora; em nossa Parashá nós o vemos trabalhando dia e noite com rebanhos, tentando cuidar de sua crescente família, que seria a base do Povo Judeu, com um sentimento de objetivo espiritual em sua dedicada atividade.

Sua esposa Leah também oferece uma visão mais profunda neste aspecto de seu caráter. Quando ela deu à luz ao seu sexto filho, ela o chamou de Zebulun, uma palavra que significa “moradia”. Ela disse: “agora que eu dei à luz a seis filhos, meu marido habitará comigo” [4]. Se Zebulun representa a moradia de Yaacov, nós poderíamos esperar que seu caráter espelhasse o de seu pai. Entretanto, a posterior tribo de Zebulun se distinguiu como homens de negócios que administravam frotas de navios e cuidavam de seus irmãos da tribo de Issachar que eram reconhecidos como estudiosos da Torá [5].

Nós esperamos consistência nos detalhes da Torá. Por que a pessoa que expressa a “moradia” de Yaacov é uma figura reconhecida por suas atividades comerciais em vez de sua erudição?

Estes pontos nos ajudam a ver um aspecto diferente de Yaacov. Certamente, ele representa a dedicação a Torá. Ainda assim, ele também é totalmente ativo no mundo. Nesta Parashá, nós o vemos trabalhando dia e noite, o que, na verdade, é uma característica necessária da vida judaica atual. Uma pessoa pode estar trabalhando em um negócio, fazendo dinheiro para ajudar à sua própria família e também à comunidade judaica como um todo. Ou ela poderia estar trabalhando de forma dedicada para administrar uma escola judaica, uma sinagoga, ou qualquer uma das organizações essenciais que requerem dedicação, perseverança e trabalho árduo para que possam existir.

Junto com seu dedicado esforço, a pessoa cria tempo em sua semana e em seu dia para o estudo da Torá e também para a oração devota. Quando estudamos a Torá, nós de fato representamos nosso ancestral Yaacov, morando nas tendas da Torá. Além disso, quando nós trabalhamos arduamente no mundo prático, nós também estamos seguindo o exemplo de Yaacov. Pela combinação de ambos os aspectos de nosso grande ancestral, nós vivemos uma vida equilibrada e movemos o Povo Judeu adiante para um futuro glorioso.

Então, com a chegada do Mashiach, nós seremos todos capazes de cumprir a idéia essencial da vida de Yaacov, o estudo da Torá, e todo o mundo será preenchido com o conhecimento de D'us, como as águas cobrem o mar [6].

Dr. Tali Loewenthal, Diretor do Chabad Research Unit, Londres

Tradutor: Moishe (a.k.a. Maurício) Klajnberg

Referências:

1. Bereshit 25:27; ver Rashi.

2. Ética dos Pais 1:2, como explicado pelo Tzemach Tzedek em Or HaTorah, Bereshit I, p.136.

3. Ver Bereshit 24:63.

4. Bereshit 30:20, ver Rashi.

5. Ver Devarim 33:18, e Rashi.

6. Baseado livremente no Likkutei Sichot do Lubavitcher Rebbe vol. 30, pp. 134-40.

HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT


Início do Shabat (Sexta-feira).

6 de KISLEV de 5768 (16 de NOVEMBRO de 2007)


Acender as velas ANTES do horário indicado

Rio de Janeiro S. Paulo P. Alegre Brasília Belém Salvador
18:52 19:09 19:39 19:01 17:44 17:20



Final do Shabat (Sábado).

7 de KISLEV de 5768 (17 de NOVEMBRO de 2007)


Rio de Janeiro S. Paulo P. Alegre Brasília Belém Salvador
20:03 20:19 20:50 20:12 18:54 18:30


Na Sexta-feira, acenda as velas somente ANTES do horário indicado.
Ao ascender às duas velas kasher, primeira a da direita e depois a da esquerda, faz-se três movimentos circulares com as mãos, de fora para dentro em volta das velas, e em seguida cubra os olhos com as mãos e fale a seguinte bênção:

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu lehadlic ner shel Shabat kodesh.

Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos, e nos ordenou acender a vela do sagrado Shabat.

Ato contínuo, descubra os olhos e mire as chamas das velas. Reflita sobre a alegria em receber o Shabat; agradecendo a D’us por todas as bênçãos e pelo mérito de podermos cumprir a sua vontade.

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