domingo, 11 de novembro de 2007

B”H.
Parashá Chaiê Sara dxy iig

Velas: 18:45h
Término: 19:42h

História da semana:

"Um membro da família"
O rabino Baruch Mordechai de Varsóvia possuía uma casa aberta para todos que quisessem entrar. As pessoas entravam e saíam conforme desejassem, sem nunca lhe pedir permissão, aproveitando se tudo. Realmente se sentiam em casa, e o rabino não se importava, pois era assim que ele queria!
Shabatai Ioel de Slonim, outro rabino, descrevia a situação: "Quando o rabino Baruch Mordechai tira um cochilo numa poltrona em sua casa" – disse ele – "não é como se ele estivesse em sua própria poltrona, mas porque, por acaso, encontrou essa poltrona desocupada primeiro, antes de alguém deitasse nela."
O próprio rabino Mordechai ia e vinha como os outros. Não possuía um lugar especial na cabeceira da mesa, e serviam-lhe as refeições exatamente como aos outros, pois não desejava que fizessem muito alarde sobre ele.
Não é de se espantar que, quando um homem pobre viera à sua casa e por lá ficara algumas semanas, este nem mesmo percebera que o rabino Baruch Mordechai era o dono daquele lugar. Ao contrário, imaginara que o rabino era apenas mais um visitante. Certa vez, o pobre homem perguntou inocentemente ao rabino: "Vejo que é um visitante fixo na casa e, provavelmente, sabe melhor que eu quais os costumes por aqui. Diga-me, você acha que eles se importarão se eu permanecer aqui mais algumas semanas?"
O rabino encolheu os ombros e assegurou: "Não. Tenho certeza de que é bem-vindo por aqui. Estive aqui – comendo e dormindo – por um bom tempo e ninguém nunca me disse nada..."

Mensagem da parashá:

A parashá desta semana nos conta sobre a morte de Sara, nossa matriarca. Após seu falecimento, seu marido, Avraham Avinu, busca um lugar adequado para enterrar sua querida esposa. Nesse momento, eles encontravam- se em Hevron, onde vivia o povoado de Bnei-Chet. Lá havia uma caverna – a famosa Mearat Hamachpelá – onde estão até os nossos dias enterrados nossos patriarcas e matriarcas.
Avraham Avinu se interessou em comprar tal caverna para nela enterrar sua esposa. Os habitantes da cidade disseram para ele: "Avraham, você é um de nós, da mesma forma que nós, como habitantes daqui, temos o direito de receber um lugar para enterrar nossos mortos de graça, assim também, você tem este direito!". Porém, Avraham respondeu de forma muito estranha – ele, apesar da oferta, fez questão de pagar (e bem caro!) pelo pedaço de terra que queria.
Além de ser uma resposta estranha, ela ainda contradiz nossa tradição! Afinal, todos sabemos que de graça, até injeção na testa, não é mesmo?! Então por que Avraham quis pagar pela caverna?
Vejamos a forma com a qual ele falou: "Eu sou um habitante, estrangeiro, daqui". Ou seja, ele disse que, apesar de viver no mesmo local que Bnei-Chet vivia e, por isso, ter os mesmos direitos, ele era um estrangeiro, ele se sentia diferente. Ele sabia que era iehudi, portanto, seus valores e costumes deveriam ser distintos, mais elevados. Assim, ele quis que, através do pagamento pela terra, ficasse bem claro, tanto para ele mesmo, quanto para todos que o cercavam, que apesar do povo com quem morava querer convencê-lo sobre a igualdade entre eles, seu modo de viver e agir não se assemelhava ao de Bnei-Chet.
E, sem dúvida, esta é uma lição que Avraham quis passar para todas as gerações que viriam depois dele. Nós, seus filhos, devemos entender que, independente de onde estivermos, devemos nos sentir diferentes, nossos atos não podem se assemelhar aos atos dos povos que nos cercam. Assim como ele pagou muito caro para frisar isso, nós também devemos estar dispostos a pagar qualquer preço para preservarmos nossa tradição, para sempre lembrarmos que temos uma linda e sagrada torá e que de acordo com seus valores queremos viver.
Shabat Shalom,

Rav Benjamin Zagury

Halachá da semana:

Antigamente quando não havia luz elétrica, a escuridão da noite podia causar tropeços, quedas de objetos na casa, uma pessoa esbarrar na outra e assim por diante. Por este motivo nossos sábios decretaram o acendimento das velas de Shabat, para que neste dia tão sagrado a paz familiar imperasse e esses infortúnios causados pela falta de luz não repercutissem em brigas e discussões.
As velas devem ser acesas dezoito minutos antes do pôr-do-sol, o que significa para este Shabat às 18:45. Caso necessite passar desse horário, não se deve ultrapassar os dezoito minutos.
As ashkenaziot costumam acender as velas, cobri-las com as mãos e recitar a berachá. As sefaradiot costumam recitar a berachá com a intenção de não receber o Shabat e depois acendê-las.
As velas devem ser acesas em um lugar importante da casa, iluminando a mesa de jantar e a sala.
Deve-se usar velas longas o suficiente para que estejam acesas no momento em que a refeição de Shabat começar.
As velas de Shabat são muktze, ou seja, não devemos mexê-las após o acendimento.
É costume que essa mitsvá seja feita pelas mulheres pois seu objetivo é a harmonia familiar e elas são o pilar do lar judaico.
Shabat Shalom,

David Bemerguy

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