domingo, 11 de novembro de 2007

parasha toledot

PARASHÁ TOLEDOT z e c l e z

Velas: 18:50h
Termino: 19:47h

História da semana:

"O objeto precioso"
Havia uma mulher que não teve filhos mesmo após dez anos de casamento. Seu marido dirigiu-se ao rabi Shimon bar Yiochai a fim de perguntar-lhe se deveria divorcia-se dela e casar-se com outra que pudesse ter filhos.
O rabino respondeu-lhe: "Assim como vocês se casaram em alegria e felicidade, com uma festa, assim devem se separar com uma festa."
Tendo ouvido isso, o homem organizou um grande banquete. Sentou-se com a esposa, comeu e bebeu a vontade. Ao longo da refeição, embebedou-se um pouco e disse à esposa: “Minha boa mulher você poderá pegar qualquer coisa dessa casa para guardar com você quando voltar à casa de seu pai. Escolha qualquer objeto que seja precioso para você”.
A mulher era esperta e, assim que o marido adormeceu, ordenou aos criados que o carregassem para a casa do pai.
Quando ele acordou, já era o meio da noite. Olhou ao redor e perguntou: "Onde estou?"
Ao seu lado, a esposa retrucou: "Você está na casa de meu pai. Na noite passada você me prometeu que poderia levar qualquer coisa para mim. Não consegui nada mais precioso que você, meu querido marido!"
Na manhã seguinte, os dois voltaram ao rabi Shimon bar Yiochai. O tsadic, então, rezou para que fossem abençoados com um filho. E D’us, que valoriza as preces de Seus tsadikim, escutou seu pedido e abençoou o casal com um filho.

Mensagem da parashá:

A parashá desta semana começa nos contando a história de Itschak, filho de Avraham Avinu. Ele estava com quarenta anos quando se casou com Rivka. Ambos queriam muito ter um filho que pudesse dar continuidade a sua família, pois sabiam que assim se formaria o povo judeu. Porém, Rivka era estéril e seu marido teve que rezar com fervor para que seu grande desejo de ser pai fosse realizado.
Itschak, além de ser um grande tzadik (homem justo), também era filho de outro grande tzadik, Avraham Avinu. Portanto, com tantos méritos que possuía, D'us realmente ouviu suas preces e sua esposa engravidou. Porém, algo de muito estranho ocorria durante a gravidez de Rivka. Sempre que ela passava em frente a uma casa de estudos da torá, sentia muitos movimentos dentro de sua barriga, como se o bebê quisesse sair. Por outro lado, quando passava por uma casa de idolatria, também sentia os movimentos. A torá nos conta que ela perguntou para Há-Shem o que era isso que estava acontecendo. Por ser uma mulher muito elevada, teve o mérito de receber um enviado de D'us que lhe disse: "há dois povos dentro de sua barriga".
Chegou o momento do nascimento e, realmente, eram gêmeos – Yaacov, nosso patriarca e seu irmão, Essav. Sobre Yaacov, está escrito: "Ish tam ioshev ohalim" – era um homem puro, que se sentava em cabanas (para estudar torá) – enquanto sobre Essav, está escrito: "Ish tsaid, ish sade" – era um homem caçador, um homem do campo. Assim, cada um dos irmãos seguiu um caminho diferente em sua vida. Enquanto Yaacov utilizava todo seu tempo para o crescer espiritualmente, Essav acabou tornando-se um homem malvado, com qualidades ruins.
A verdade é que ambos possuíam naturezas muito distintas. Gostar do estudo da torá era uma característica inata de Yaacov; gostar do campo e da caça era uma característica inata de Essav. Eles já nasceram assim, da mesma forma que cada ser humano nasce com determinadas tendências. Modificar nossa natureza é algo muito difícil, portanto, o que se deve fazer é direcionar nossas características, independente de quais sejam, para o bom caminho. Por exemplo, uma pessoa que nasce com uma tendência "sanguinária", pode escolher se tornar um assassino, mas, por outro lado, pode usar sua natureza para o bem – ser um médico que salvará muitas vidas, ser um mohel, que faz brit milá, ser um shochet, que realiza o abate kasher de um animal, e assim por diante.
Gostar do campo pode ser muito positivo. Vemos que Itschak freqüentemente saía ao campo para admirar as belezas que D'us fez, para rezar e se ligar ao Criador. Gostar da caça também pode ser algo muito bom, assim pode-se obter alimentos para as pessoas, etc. Mas, em vez disso, Essav, usando as mesmas características, ía ao campo para procurar mulheres comprometidas, realizando assim atos imorais, para roubar e se divertir maltratando os animais.
Assim também, devemos todos reconhecer nossas características inatas para podermos direcioná-las para o bem. Independente da natureza da pessoa, todos podemos viver nossas vidas de acordo com as leis da torá, se soubermos encaminhar nossos dons pessoais da forma correta.
Shabat Shalom,
Rav Benjamin Zagury

Halachá da semana:

A Amidá ou Shmone Esre foi instituída no formato como a temos hoje pelos sábios da grande assembléia no séc. III a.e.c. É constituída de 19 bênçãos que são os pedidos mais necessários à vida humana.
Não se deve passar em um raio de dois metros na frente de uma pessoa que esteja rezando a Amidá. O mesmo ocorre se uma pessoa estiver rezando atrás de você, deve-se esperar ela acabar para dar os três passos para trás, a não ser que você irá parar longe dessa pessoa dois metros.
Em cada berachá, antes de falar o "Baruch atá" do final, pode-se rezar algo específico relacionado àquela berachá. Exemplo: antes de "Baruch atá Hashem rofê cholei amo Israel" posso pedir em português pela minha saúde ou de algum conhecido.
Deve-se prestar bastante atenção no Chazan quando ele estiver falando a Amidá em voz alta, sem conversas paralelas.
Quem está no meio da Amidá e começou a ouvir a kedushá ("Nakdishach venaaritach") deve parar de rezar e pensar na kedushá como se estivesse falando todo o texto.
O Pirkei Avot (Ética dos Pais) cita que um dos pilares onde o mundo se sustenta era o trabalho dos sacrifícios feitos no Beit haMikdash. Hoje, esses sacrifícios foram substituídos pela oração. Ou seja, aquele que faz a Amidá com concentração da maneira correta, esta sustentando um dos pilares do mundo.
Shabat Shalom,
David Bemergui

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