sábado, 17 de novembro de 2007

parasha vaietse

PARASHÁ VAIETSÊ ` v i e


Nossa leitura da Torá relata que o Patriarca Yaakov, ao sair de Eretz Yisrael e viajar até a casa de Lavan, onde se casaria e estabeleceria sua própria casa, “encontrou o lugar.” Nossos Sábios interpretam esta expressão como uma referência ao Monte Moriá, o lugar do Templo em Jerusalém. Ali, Yaakov rezou.

Yaakov viveu um tempo na casa de seu pai e depois foi estudar na yeshivá de Shem e Ever, os pilares espirituais da época. Agora, ele estava indo para Charan, uma terra de idolatria, onde ele iria trabalhar e não estudar. Em face de uma mudança tão difícil, Yaakov se dirigiu a D’us, pedindo sucesso nesta nova fase que se iniciava para ele.

Não há nenhuma maneira da pessoa ser bem-sucedida baseando-se somente em seus próprios esforços. Mesmo quando todas as circunstâncias são favoráveis, às vezes acontece de uma transação não dar certo, enquanto que, em outros casos, sem nenhuma razão aparente, os esforços da pessoa lhe rendem sucesso.

Isto não é mero acaso. O Baal Shem Tov nos ensina que mesmo uma folha balançando ao vento é dirigida pela vontade de D’us. Certamente, isto também é válido para o que acontece com o homem. Em cada fase de nossas vidas há um Olho que nos acompanha e uma Mão que guia nosso futuro. Assim, particularmente, quando iniciamos um novo caminho, pedimos a assistência de D’us através da oração.

Aparentemente, no entanto, estas preces servem a nós mesmos. O homem pede a D’us algo para si. Ele não reza pelo bem de D’us; ele reza por causa de suas necessidades e vontades.

Isto é espiritual? E isto é o que D’us quer de nós?

Sim. A intenção de D’us ao criar nosso mundo era ter uma morada nos mundos inferiores; que a Sua presença fosse revelada na esfera da materialidade. Ele não criou anjos para habitarem este mundo físico. Ele quer um mundo onde o homem interaja com o físico e, desta forma, entenda que isto é controlado por D’us.

É precisamente esta consciência que aflora quando uma pessoa reza pelo seu bem-estar material. Ela está preocupada com coisas do dia-a-dia, e pede a D’us que assegure seu sucesso. Ao invés de confiar em seus próprios recursos, o homem procura Ele.

Estas preces são extremamente sinceras. Quando alguém pede coisas espirituais, seus pedidos podem não vir de seu interior. Mas, quando a pessoa reza pelo seu bem-estar material, ela coloca todo o seu coração em sua prece. Ela se dirige a D’us com toda sua devoção e pede Sua ajuda. Agindo assim, o ser humano realiza o propósito da criação, conectando Santidade com as mais mundanas dimensões de sua existência neste mundo.

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