quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

PARASHÁ SHEMOT ze n y

E disse o Eterno a Moshê: ”Serei O que serei”. E disse: “Assim dirás aos filhos de Israel: Serei enviou-me a vós”. Shemot: 3:14


Eu estarei com vocês em seu sofrimento atual, e Eu estarei com vocês nos exílios e perseguições futuras. Rashi

Quando D'us apareceu a Moshê na sarça ardente e encarregou-o com a missão de levar o Povo de Israel para fora do Egito, Moshê disse ao Todo Poderoso:

“Veja, eu irei aos filhos de Israel e direi a eles: ‘O D'us de vossos pais enviou-me a vocês’, e eles dirão: ‘Qual é Seu nome?’. O quê direi a eles?”

D'us respondeu a Moshê: “Eu serei quem serei... diga aos filhos de Israel: ‘Eu Serei’ (Eh-he-yeh) enviou-me a vocês”.

Um D'us Anônimo?

Nomear algo é descrevê-lo e defini-lo. Portanto, D'us, que é infinito e indefinível, não pode ser nomeado. Assim, D'us não têm nome, somente nomes – descrições dos vários padrões de comportamento que podem ser relacionados à Sua influência em nossas vidas.

Nas palavras do Midrash, “D'us disse a Moshê: Você quer saber meu nome? Eu sou chamado por Minhas ações. Eu posso ser chamado E-l Sha-daí ou Tzevaot ou Elohim ou Yi-Há-Ve-Ha. Quando Eu julgo Minhas criaturas, Eu sou chamado Elohim. Quando travo guerra com os perversos, Eu sou chamado Tzevaot. Quando Eu tolero os pecados do homem, Eu sou chamado E-l Sha-daí. Quando Eu tenho compaixão por Meu mundo, Eu sou chamado Yi-Ha-Ve-Ha..."

Nisto reside o profundo significado da pergunta que Moshê antecipou dos filhos de Israel. “Qual é Seu nome?”, que eles certamente perguntariam. Que tipo de comportamento estamos vendo por parte de D'us nestes momentos? “Você diz que D'us já viu o sofrimento de Seu povo no Egito, já ouviu seus lamentos e conhece sua dor e, portanto, enviou-te para nos redimir. Onde estava Ele até agora? Onde estava Ele durante os oitenta e seis anos em que temos padecido sob o chicote dos capatazes, em que bebês têm sido arrancados dos braços de suas mães e jogados no Nilo, em que o Faraó tem se banhado no sangue das crianças judias?” Que nome estará Ele agora assumindo, depois de oitenta e seis anos durante os quais Ele aparentemente estava sem nome e afastado de nossas vidas?

Divino, Mas Não Sagrado.

Como explicado acima, cada um dos nomes divinos descreve um dos atributos pelos quais D'us escolheu para se relacionar com Sua criação: Elohim descreve a concepção de D'us do atributo de Justiça: Yi-Ha-Ve-Ha, Sua concepção de Compaixão; e assim por diante. Eh-he-yeh ("I Serei"), o nome pelo qual D'us identifica a Si próprio a Moshé, conota a concepção de D'us sobre Ser e Existir.

É por isto que existe alguma questão entre as autoridades haláchicas sobre se o nome Eh-he-yeh deve ser contado entre os sete nomes sagrados de D'us. A lei da Tora proíbe apagar ou desfigurar o nome de D'us, pois até mesmo a tinta e o papel (ou outro meio) assumem santidade em virtude de sua representação de algo relacionado ao Divino. Apesar de existirem vários nomes e adjetivos que descrevem o envolvimento multifacetado de D'us com Sua criação, há sete nomes divinos primários aos quais se aplicam os aspectos mais estritos desta lei. Apesar do fato de que muitos cabalistas consideram Eh‑he‑yeh como sendo o mais elevado dos nomes divinos, ele não está incluído em certas versões da lista dos sete nomes que aparecem no Talmud e nos trabalhos haláchicos; de fato, a conclusão haláchica é a de que ele não é um dos sete nomes sagrados (Talmud, Shavuot 35, e Dikdukei Sofrim, ibid.; Mishneh Torah, Leis dos Fundamentos da Torá, 6:2; ibid., edições Veneza 1524 e Veneza 1540; comentário de Kessef Mishneh sobre Mishneh Torah, ibid.; Shulchan Aruch, Yoreh Deah 276:9).

O motivo para este paradoxo é mais bem entendido pela compreensão do significado do termo “santidade”. O quê torna algo “sagrado”? Sagrado (kadosh em Hebraico) significa transcendental e separado. D'us é sagrado, pois Ele transcende nossa realidade terrena; Shabat é um dia sagrado, pois é um dia de separação da materialidade de nosso dia-a-dia; o Rolo da Torá ou um par de tefilin são sagrados pois são objetos que visivelmente transcendem seus estados materiais para servirem a um objetivo Divino.

O mesmo se aplica aos sete nomes divinos sagrados: cada um descreve uma atividade divina que vai além da norma mundana, uma intervenção divina na realidade – D'us como governante, D'us como juiz, D'us como provedor, D'us como salvador, etc. Por outro lado, Eh-he-yeh (“Eu sou”) é D'us existindo – D'us como essência da realidade (Guia dos Perplexos, parte 1, cap. 62; Ralbag e Abarbanel sobre Shemot 3; Ikarim 2:27 et al. Ver também Gevurot Hashem, final do cap. 25). Assim, Eh-he-yeh está além da santidade. Se santidade é uma característica da transcendência de D'us, o início de D'us transcende à própria santidade, descrevendo uma dimensão de realidade divina que preenche toda existência mesmo ao transcendê-la, e, assim, se relaciona igualmente a todos eles, sagrados ou mundanos.

[Todavia, Eh-he-yeh é um nome – isto é, um padrão de comportamento assumido – de D'us. O próprio fenômeno da “existência” é parte e parcela da criação de D'us, e D'us certamente não pode ser definido por algo que Ele criou. Finalmente, D'us pode ser descrito como um “ser” ou “existência” somente no sentido com que falamos d’Ele como um provedor ou governante: estes são meros nomes que descrevem não Sua essência, mas uma certa percepção que Ele nos permite ter d’Ele afetando nossa realidade de uma certa forma.]

A Resposta

Esta foi à resposta de D'us ao clamor do povo ao perguntar “Qual é Seu nome?”

“Diga aos filhos de Israel”, disse D'us a Moshê, “que Meu nome é Eh-he-yeh. Onde Eu estava todos estes anos? Com vocês. Eu sou o ’ser‘, Eu sou o ’existir‘, Eu sou a realidade. Eu estou no gemido do escravo espancado, no pranto da mãe enlutada, no sangue derramado de uma criança assassinada. Algumas coisas devem ser, não importa quão dolorosas e incompreensíveis aos seus ‘eus’ humanos, para que coisas maiores, coisas infinitamente grandes e felizes, possam ser. Mas, Eu não orquestro estas coisas de um longínquo céu, sagrado e removido de sua dor existencial. Eu estou aqui com vocês, sofrendo com vocês, pedindo pela redenção junto com vocês.”

Moishe (a.k.a. Maurício) Klajnberg


RESUMO DA PARASHÁ SHEMOT

A Parashá Em Uma Clipá (Casca) de Noz

Shemot: 1:1 - 6:1


Os Filhos de Israel se multiplicaram no Egito. Ameaçados por seus crescentes números, o Faraó os escraviza e ordena às parteiras judias, Shifrá e Puá, que matem os meninos recém-nascidos. Quando elas não obedecem, ele ordena ao seu povo para jogarem os bebês judeus no Nilo.

Uma criança nasce para Yocheved, a filha de Levi, e seu marido, Amram, e é colocada em um cesto no rio, enquanto a irmã do bebê, Mirian, observa á distância. A filha do Faraó descobre o menino, cuida dele como seu próprio filho e lhe dá o nome de Moisés.

Enquanto ainda um jovem, Moisés deixa o palácio e descobre o sofrimento de seus irmãos. Ele vê um egípcio batendo em um judeu e mata o egípcio. No dia seguinte, ele vê dois judeus lutando; ao repreendê-los, eles revelam seu ato do dia anterior e Moisés é forçado a fugir para Midian. Lá, ele salva as filhas de Yitró, casa-se com uma delas – Tsiporá – e se torna um pastor do rebanho de seu sogro.

D'us aparece para Moisés em um arbusto ardente aos pés do Monte Sinai e o instrui a ir ao Faraó e exigir para que “Deixe o Meu povo ir para que eles possam servir-Me”. O irmão de Moisés, Aharão, é indicado para servir como seu porta-voz. No Egito, Moisés e Aharão se reúnem com os anciãos de Israel para dizer-lhes que é chegada a hora de sua redenção. O povo acredita; mas o Faraó recusa-se a deixá-los ir e até aumenta o sofrimento de Israel.

Moisés retorna a D'us para protestar: “Por quê Tu fizeste mal ao povo?” D'us promete que a redenção está bem próxima.
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT


Início do Shabat (Sexta-feira).

19 de TEVET de 5768 (28 de DEZEMBRO de 2007)


Acender as velas ANTES do horário indicado

Rio de Janeiro S. Paulo P. Alegre Brasília Belém Salvador
19:18 19:35 20:08 19:24 18:01 17:42



Final do Shabat (Sábado).

20 de TEVET de 5768 (29 de DEZEMBRO de 2007)


Rio de Janeiro S. Paulo P. Alegre Brasília Belém Salvador
20:29 20:45 21:18 20:34 19:12 18:52


Na Sexta-feira, acenda as velas somente ANTES do horário indicado.
Ao ascender às duas velas kasher, primeira a da direita e depois a da esquerda, faz-se três movimentos circulares com as mãos, de fora para dentro em volta das velas, e em seguida cubra os olhos com as mãos e fale a seguinte bênção:

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu lehadlic ner shel Shabat kodesh.

Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos, e nos ordenou acender a vela do sagrado Shabat.

Ato contínuo, descubra os olhos e mire as chamas das velas. Reflita sobre a alegria em receber o Shabat; agradecendo a D’us por todas as bênçãos e pelo mérito de podermos cumprir a sua vontade.

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