quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

milho bom

v Efraim Birbojm escreveu:
BS"DMILHO BOM – PARASHÁ SHEMOT 5768 (28 de Dezembro de 2007)Esta é a história de um fazendeiro que sempre vencia o prêmio"milho-crescido" . Todo ano ele entrava com seu milho no concurso eganhava o maior prêmio.Uma vez um repórter de jornal o entrevistou eperguntou como ele cultivava o milho para sempre ser o vencedor. Ofazendeiro contou que o segredo era compartilhar a semente do milhobom com seus vizinhos. Mas o repórter não entendeu, e perguntou:- Como pode você se dispor a compartilhar sua melhor semente de milhocom seus vizinhos, quando eles estão competindo com o seu todo ano?- Vou te explicar - disse o fazendeiro - O vento apanha o pólen domilho maduro e o leva de campo para campo. Se meus vizinhos cultivammilho inferior, a polinização degradará continuamente a qualidade domeu milho. Se eu quiser cultivar milho bom, eu tenho que ajudar meusvizinhos a também cultivar milho bom.Ele era atento às conectividades da vida. Ele sabia que o milho delenão poderia melhorar a menos que o milho do vizinho também melhorasse.Assim acontece também em outras dimensões. Aqueles que querem estar empaz devem fazer com que seus vizinhos estejam em paz. Aqueles quequerem viver bem têm que ajudar os outros para que vivam bem. Eaqueles que querem ser felizes têm que ajudar os outros a achar afelicidade, pois o bem-estar de cada um está ligado ao bem-estar detodos.A lição que fica para cada um de nós: se queremos cultivar milho bom,nós temos que ajudar nossos vizinhos a também cultivar milho bom.------------ --------- --------- --------- --------- ----Nesta semana começamos o segundo livro da Torá, Shemot, que descreve aescravidão do povo judeu no Egito e a redenção milagrosa de D'us, comas 10 pragas e a abertura do mar Vermelho, sob o comando de MoshéRabeinu. E a Parashá desta semana, Shemot, descreve a característicaque fez de Moshé ser um líder tão grande: a preocupação com próximo.Mesmo tendo sido criado na casa do Faraó, com todo o conforto eabundância, ele não esqueceu seus irmãos e o sofrimento deles, econstantemente saía para ver como estavam.Em uma destas vezes, Moshé viu um egípcio golpeando um escravo judeu,tentando matá-lo. Imediatamente Moshé salvou o judeu, matando oegípcio e escondendo o corpo na areia. Logo em seguida a Torá relataum incidente no qual Moshé viu dois judeus brigando, e quando umlevantou a mão para bater no outro, Moshé interveio e gritou "Rashá"(Malvado). Um dos homens, indignado com a intervenção, perguntou paraMoshé "Quem te colocou por um homem, juiz e ministro sobre nós? Vocême matará, como matou ao egípcio?" (Shemot 2:14). A Torá descreve queMoshé teve medo e falou "Certamente foi conhecido o assunto". A Torácontinua e diz que o Faraó, ao saber que Moshé havia matado umegípcio, se enfureceu e tentou matá-lo, mas D'us salvou Moshé com ummilagre e ele fugiu para Midian, onde ficou muitos anos, até que D'usse revelou para ele em um arbusto ardente e o escolheu como o salvadordo povo judeu.Mas há algo estranho no relato sobre a briga dos dois judeus e adiscussão deles com Moshé. Quando Moshé matou o egípcio, ele secertificou que ninguém estava olhando. Então como mais alguém sabia?Além disso, do que Moshé ficou com medo? Aparentemente ele teve medoque o Faraó escutaria que ele havia matado o egípcio e tentaria sevingar, como realmente aconteceu. Então o que significa "Certamentefoi conhecido o assunto"? Deveria estar escrito "Certamente seráconhecido o assunto". A própria Torá descreve que somente depois dissoo Faraó ficou sabendo. Então que medo era esse, e o que ficouconhecido?Explicam nossos sábios que na verdade Moshé não temia o Faraó, e oassunto que ficou conhecido não era sobre a morte do egípcio. Pormuitos anos Moshé vinha se questionando o porquê D'us havia castigadoo povo judeu de forma tão dura. O que havia de diferente no povojudeu, que fazia com que eles merecessem aquele sofrimento, e nãoalgum outro povo? No momento que ele veio intervir na briga, um dosjudeus que estava brigando era justamente o judeu que ele haviasalvado no dia anterior. Ao invés de agradecimentos, o judeu ameaçoudelatar Moshé ao Faraó, e realmente o fez. Neste momento Moshéentendeu tudo: havia Lashon Hará (mal uso do poder da fala) edelatores dentro do povo judeu, e certamente este havia sido o motivopelo qual eles haviam sido escravizados. E por isso ele temeu, poisentendeu que esse também era o motivo pela qual a redenção não chegavae o castigo se tornava cada vez mais pesado.É interessante notar que Moshé chamou um dos homens de Rashá apenaspor ter levantado a mão ao seu companheiro, sem nem mesmo bater nele.Por que? Pois alguém só levanta a mão contra seu companheiro se aosseus olhos o outro não tem nenhum valor. Uma pessoa só pode golpearoutra se no seu coração falta o mínimo de preocupação com o próximo. Eesse é exatamente o mesmo motivo que leva as pessoas a fazer LashonHará de seu companheiro, pois quando nos preocupamos com o próximo,certamente não falamos mal dele.A escravidão no Egito foi a maneira que D'us utilizou para moldar opovo judeu, e Moshé entendeu que enquanto ainda houvesse Lashon Hará edesunião dentro do povo, não poderia haver redenção. E da mesma formaque Moshé entendeu que o exílio e os sofrimentos se prolongavam porcausa do Lashon Hará, nossos sábios ensinam que também o nosso exílioe o nosso sofrimento se prolongam por causa de nossa desunião e donosso Lashon Hará. Somente quando cada um realmente se preocupar comseu próximo, e de verdade querer o bem de todos, haverá menos LashonHará e os dias da nossa redenção finalmente chegarão.SHABAT SHALOMRav. Efraim Birbojm

Nenhum comentário: