quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

parasha shemot

PARASHÁ SHEMOT ze n y

Bereshit: 47:28 - 49:26

A parshá, que inicia o segundo livro da Torá, começa citando os nomes dos filhos de Yaacov enfatizando suas gerações por terem se conservados fiéis aos ensinamentos dos Patriarcas, apesar de habitarem no Egito, uma nação idólatra.

O faraó governa o Egito, esquecendo os benefícios que trouxe Yossef para o país, que o tornou rico e próspero. Leis cruéis que visavam o enfraquecimento do Povo de Israel através da aflição e sofrimento foram decretadas pelo seu impiedoso poder.

Duas parteiras judias, Shifrá e Puá negam-se a cumprir o plano do faraó de matar todo menino judeu recém-nascido, dispostas a sacrificar a própria vida. Foram recompensadas em sua descendência formada por cohanim, leviim e reis.

Nasce Moshê que é lançado por sua mãe nas águas do Rio Nilo para que sua vida fosse poupada. A filha do faraó Batia, estende seu braço que alonga-se milagrosamente e salva o menino. Moshê sofre com o trabalho escravo do povo judeu e acaba matando um egípcio em um episódio onde este golpeava covardemente um judeu. Moshê foge para Midian e acaba conhecendo Yitrô e casa-se com sua filha, Tsipora.

D’us se revela para Moshê através do fogo na sarça ardente e lhe incumbe a missão de libertar o povo judeu do Egito. D’us promete a Moshê que estenderá Sua mão e ferirá o Egito e por haver ainda temor por parte de Moshê, D’us lhe mostra Seu poder através de milagres; transforma um bastão em cobra e novamente em bastão; a mão de Moshê fica com a doença de tsahará e torna a ficar sã, novamente.

Moshê, acompanhado de sua família, segue para o Egito a fim de salvar seu povo. Mas ao ver que tornou-se ainda maior a ira do faraó impondo mais intensamente sua crueldade sobre os judeus, Moshê clama a D’us que lhe responde que com mão forte ferirá todo o Egito.
Mensagem da Parashá:

O papel da mulher judia

Na porção semanal de Shemot lemos sobre o começo da escravidão de nossos antepassados no Egito e sobre os fatores que os redimiram. Nossos sábios observam que as mulheres judias no Egito eram responsáveis pela Redenção. Elas derrotaram o faraó e suas intrigas acendendo a chama dos valores espirituais no coração de sua geração.

Em nossa sociedade contemporânea as mulheres judia têm sido colocada na delicada posição de timoneiro do barco de sobrevivência judaica. A educação das crianças é quase que totalmente legada a ela. Caso renegue sua responsabilidade, há pouco a fazer por parte de seu marido, para retificar sua decisão. Uma investigação mais vasta na composição de nossa vida comunitária mostrará que a mulher contemporânea está exercendo sua influência quase em todas as áreas judaicas. Geralmente é ela que determina qual escola seus filhos irão frequentar. É ativa, tanto nos círculos de sua comunidade quanto na sociedade cívica. Muito do sucesso obtido na angariação de fundos de beneficência deve ser atribuído à sua participação.

O famoso historiador judeu Cecil Roth salientou a participação feminina ao definir a comunidade judaica americana como um "Matriarcado". Como sua influência é indubitável, é extremamente importante que a mulher esteja devidamente equipada para desempenhar seu papel. Seu conhecimento sobre os valores é imprescindível.

Estamos confiantes que as mulheres judia uma vez consciente de seu papel singular, já aceitou o desafio de redimir o judeu do século XXI da escravidão da ignorância judaica e da indiferença que ameaça sua sobrevivência nos dias atuais.

Por que Moshê merecia converter-se no líder de Bnei Israel

Apesar de ter-se criado no Egito, Moshê se aproximou de seus irmãos e compartilhou de sua dor.
Quando viu que um escravo judeu era golpeado, quase assassinado pelo capataz egípcio, matou o egípcio para salvar seu irmão judeu, pois amava a todos de seu povo.

Mais tarde, Moshê viu um judeu a ponto de golpear outro; repreendeu o rashá (malvado), dizendo-lhe: "Como se atreve a golpear seu irmão?" Salvou-o, pois realmente se importava com cada um deles.

Ao chegar ao poço de Midian, Moshê viu que as filhas de Yitrô eram empurradas na água pelos pastores malvados. Essas moças foram resgatadas por Moshê que realmente se preocupava com todas as pessoas criadas por D’us.

E quando cuidou das ovelhas de Yitrô, um cordeiro sedento se aproximou em busca de água. Ao vê-lo, Moshê disse: "Sem dúvida, deves estar cansado". Levou-o até o rebanho para pô-lo a salvo, pois realmente se preocupava com todas as criaturas de D’us.

D’us disse: "Moshê, porque te preocupas com todas as criaturas que fiz e tratas a todas tão bem, quero que sejas o pastor de meu povo, o líder do Povo de Israel”.

D’us põe à prova o povo judeu no Egito

Vocês se lembram que Yaacov, junto com a família, viajou para o Egito, onde Yossef governava. Mesmo depois da morte de Yossef, seus irmãos e os filhos e netos desses permaneceram no Egito. Ali ficaram por muitos anos mais. O povo de Israel esteve pelo total de duzentos anos no Egito.

Esperavam pelo mensageiro especial de D’us, porque Yossef lhes havia ordenado que não saíssem do Egito até que D’us enviasse seu mensageiro para tirá-los de lá.

O plano de D’us era fazer com que os judeus permanecessem no Egito por muito tempo. Desse modo, D’us cumpriu as palavras ditas a Avraham: "Teus filhos serão estranhos numa terra que não é a deles. Serão convertidos em escravos e ali sofrerão por muitos anos”.

D’us tinha muitas razões para fazer com que os judeus permanecessem no Egito por um longo tempo. Uma delas era colocar os judeus à prova, das seguintes formas:

Continuariam sendo tsadikim (homens justos) e continuariam servindo a D’us, embora seus vizinhos egípcios venerassem ídolos?

Os homens judeus tomariam egípcias por esposas, e as mulheres judias aceitariam homens egípcios por esposos, ou negar-se-iam a contrair matrimônio com não-judeus?

Os judeus falariam hebraico entre eles, dando aos filhos nomes judaicos, ou começariam a falar egípcio e dariam nomes egípcios aos filhos?

E quando D’us enviasse Moshê para libertá-los, os judeus aceitariam segui-lo a Terra de Israel ou prefeririam ficar no Egito por se sentirem bem ali?

D’us pôs o povo de Israel à prova de todas essas formas. Os judeus que não passaram por elas morreram no Egito. Somente aqueles que mereciam receber a Torá foram libertados do Egito.

O Midrash explica:

Uma razão pela qual D’us exilou o Povo de Israel no Egito

Nosso antepassado Yaacov tinha quatro esposas. Duas delas, Bil-ha e Zilpa, eram servas das outras duas, Rachel e Léa. Quando Yaacov casou-se com Bil-ha e Zilpa, deu-lhes a liberdade. Os filhos de Léa, sem pena, desprezavam os filhos de Bil-ha e Zilpa. Zombavam deles, dizendo: "Vocês são filhos de escravas!”.

D’us disse: "Levarei todos os filhos de Yaacov a uma terra estrangeira, o Egito. Os egípcios sentirão aversão pelos judeus e os escravizarão. Então, todos os judeus serão iguais e amigos entre si”.E assim aconteceu. Como os egípcios depreciavam todos os judeus, estes se tornaram amigos entre si. Quando saíram do Egito, todos os judeus se sentiam irmãos. Nem um só deles se acreditava melhor que qualquer outro judeu por descender de Rachel ou Léa, nem de Bil-ha ou Zilpa.

Como o Povo de Israel suportou a prova do exílio egípcio

Os descendentes de Yaacov, o Povo de Israel, não prosperaram muito entre os egípcios depois da morte de Yossef e seus irmãos.

Enquanto Yossef vivia e governava o país, havia ordenado ao Povo de Israel: "Fiquem no distrito de Goshen, longe dos egípcios!" Yossef sabia que os judeus não se misturariam com os egípcios e desta forma não venerariam ídolos como eles. Quando Yossef morreu, seus irmãos continuaram advertindo os filhos e netos sobre preservar a herança do povo judeu.

Porém, depois da morte de todos os irmãos de Yossef, os judeus somente tinham a tribo de Levi para adverti-los de que não deveriam mesclar-se aos egípcios. Muitos judeus se afastaram de Goshen e se fixaram em outras partes do Egito. Logo aprenderam a inclinar-se perante o deus principal do Egito, a ovelha, e perante outros deuses animais egípcios. A maioria dos judeus começou a venerar ídolos, como seus vizinhos egípcios.

Porém, nenhum judeu contraiu matrimônio com mulheres não judia, e nenhuma moça judia consentiu em casar-se com um egípcio. Os judeus não falavam egípcio entre si; somente falavam lashon hakodesh, hebraico. Também não deram nomes egípcios a seus filhos.

Porém, D’us não estava satisfeito com os judeus. Queria que todos eles continuassem servindo somente a Ele. Quando preferiam misturar-se aos egípcios e agir como eles, D’us fazia com que os egípcios odiassem os judeus. Queria que os judeus compreendessem que deviam fazer teshuvá (arrependimento), e deixassem de servir aos deuses egípcios.

Os egípcios ficam descontentes pelo grande número de filhos dos judeus

D’us havia prometido a Avraham que seus descendentes seriam tão numerosos como as estrelas. Começou a dar cumprimento a essa promessa aumentando a família de Yaacov. Ao chegar ao Egito, a família de Yaacov tinha somente setenta membros. Mas logo teve centenas, depois milhares, e logo centenas de milhares de judeus. Milhões de judeus.

Como isso aconteceu?

D’us fez um milagre e as mães judias deram à luz não a um filho só, mas seis ao mesmo tempo! Logo existiam muitas famílias judias que tinham cinquenta ou sessenta filhos. E outras famílias tinham sessenta filhos homens e igual número de filhas. Imaginem o barulho, a emoção, e a diversão para as crianças, com tantos irmãos e irmãs!

Os egípcios comentavam furiosos, cada vez mais indignados. Esperavam uma oportunidade para ferir e destruir essas crianças.

O Faraó obriga os judeus a tornarem-se seus escravos

O Faraó, o rei egípcio que vivia nessa época, era um homem malvado. Decidiu ser cruel com o povo judeu. Resolveu "esquecer" que um judeu, Yossef, havia certa vez salvado todo o Egito da morte por inanição, quando juntou o cereal necessário para alimentar todo o povo egípcio, e havia governado o país por oitenta anos.

O faraó disse aos conselheiros: "Devemos criar um plano para evitar que as judias tenham tantos filhos! Se as famílias continuarem crescendo da forma que estão fazendo agora, logo haverá mais judeus que egípcios, e os judeus poderão aliar-se a nossos inimigos e assumir o controle do país!" O faraó e os ministros urdiram um terrível plano: transformariam os judeus em escravos que trabalhariam para eles noite e dia. Separariam os pais das famílias e os deixariam tão fracos que poucas crianças nasceriam. Mas como o faraó faria para converter os judeus em escravos? Ele e os conselheiros tiveram uma idéia maligna.

Proclamaram o seguinte anúncio: "O faraó precisa construir novos edifícios para armazenamento de cereal. Necessita de grande número de trabalhadores para as obras. Espera que todos os cidadãos responsáveis se unam para ajudar! Todos os trabalhadores serão pagos”.

Os egípcios disseram ao povo de Israel: "O que vocês, judeus, estão fazendo para ajudar nosso país? Também devem ajudar!”.

Assim, os judeus começaram a trabalhar na construção de novos armazéns para o faraó. Para estimular as pessoas a trabalharem, o próprio faraó se apresentou na obra no primeiro dia, com a pá na mão. Logo correu a notícia de que até o rei havia pessoalmente ajudado nas tarefas da construção. Animadas mais e mais pessoas se apresentaram, entre essas todos os homens judeus, com exceção daqueles da tribo de Levi.

Os homens do faraó foram aos homens da tribo de Levi e perguntaram: "Não nos ajudarão na construção?" Mas eles se negaram. Responderam: "Somos os rabinos do povo judeu. Devemos estudar e ensiná-los. Não temos tempo para nenhum outro trabalho”.

Quando os homens do faraó escutaram isso, não mais incomodaram os homens da tribo de Levi. A princípio, o faraó pagava aos trabalhadores judeus. Ao cabo de certo tempo, porém, deixou de fazê-lo. Quando os judeus protestaram, os supervisores disseram: "O rei ordena que todos os judeus continuem construindo, mesmo sem salário!" Alguns judeus não se apresentaram mais para trabalhar, mas os supervisores conheciam o nome e endereço de cada um deles. Os policiais egípcios eram informados sobre todo judeu que faltava ao trabalho, e este era levado à força. Os supervisores egípcios eram exploradores cruéis e desalmados. Obrigaram todos os judeus a trabalhar rapidamente e sem descanso. Se um judeu demorava porque estava cansado, era açoitado com um chicote e obrigado a trabalhar ainda mais rápido.

O faraó também designou policiais entre os judeus, cujo trabalho era conseguir que os judeus trabalhassem ao máximo de sua capacidade. Os policiais judeus tinham ordens de açoitar todo judeu que fosse lento no trabalho, mas se negaram a castigar seus irmãos judeus. Quando os supervisores egípcios viram que a polícia judaica se apiedava dos demais judeus e permitia-lhes fazer o trabalho mais lentamente, começaram então a açoitar os policiais judeus. Porém, estes judeus preferiam o chicote a golpear seus irmãos judeus.

Mais tarde, D’us premiou estes heróicos policiais judeus. Chamou-os zekenim, anciãos do povo judaico.

O faraó dá permissão aos egípcios para empregar judeus como escravos

O faraó esperava escutar a notícia de que o Povo de Israel tinha cada vez menor número de filhos. Mas para sua desilusão, foi informado que o número de filhos era cada vez maior!

"Os judeus não trabalham com empenho suficiente!" Concluiu o faraó. "Aí é que está o problema”.Por isso, o faraó fez um novo anúncio. "Todo egípcio pode levar os judeus que quiser, a fim de que trabalhem na sua casa ou na lavoura”.

Os egípcios ficaram muito satisfeitos com essa nova ordem, pois agora podiam ter todos os escravos que quisessem para fazer seu trabalho. Um egípcio podia simplesmente dizer a um judeu: "Preciso de alguém para tirar as pedras do meu jardim", ou "necessito plantar meu jardim, venha comigo!" E o pobre e exausto judeu deveria trabalhar para o egípcio à noite, quando terminasse o trabalho para o faraó.

Porém, a esperança do faraó de que cada vez houvesse menos filhos para os judeus não se cumpriu. As famílias judias continuaram crescendo. De tal modo cresceram que o faraó aprovou um novo decreto. A princípio, os homens do faraó forneciam aos judeus os tijolos para a construção. Agora o faraó queria que os judeus fabricassem seus próprios tijolos. Deviam reunir o material para fabricar os tijolos, exceto a palha, que seria fornecida pelo faraó. Esta nova exigência tornou o trabalho dos pobres escravos judeus muito mais difícil.

Mas os planos do faraó não tinham êxito. As famílias judias se multiplicavam cada vez mais. Quando o faraó se deu conta disso, urdiu um plano novo e terrível. De agora em diante, tomaria os cuidados para que todos os varões judeus recém-nascidos fossem assassinados secretamente!


O faraó ordena às parteiras que matem em segredo os judeus recém-nascidos
O faraó ordenou que trouxessem ao palácio as duas mulheres judias encarregadas de ajudar as mães a ter os bebês. Chamavam-se Shifra e Puá.

Ordenou-lhes: Shifra e Puá façam com que não nasçam mais meninos judeus vivos! Quando forem chamadas à casa de uma judia prestes a dar à luz e for um menino, asfixiem-no e digam à mãe: "Sentimos muito, mas seu filho nasceu morto!”.

O faraó pensou: "Pronto, não haverá mais meninos judeus”.

Por que o faraó ordenou a morte somente dos varões? Poderia ter ordenado a morte de meninas! Mas os sábios feiticeiros o haviam avisado: "vemos nas estrelas, Majestade, que está para nascer um menino que libertará todos os escravos judeus e os tirará do Egito”.Por isso, o faraó decidiu matar todos os meninos judeus, na esperança de que o futuro líder se encontrasse entre eles. Não ocorreu ao faraó que as parteiras pudessem desobedecer-lhe. Afinal, bem se sabia no Egito que todo aquele que se atrevesse a desobedecer ao poderoso faraó seria condenado à morte. Acontece que Shifra e Puá decidiram ignorar a ordem, pois eram tsadikaniot, mulheres de bem. Afirmaram: "Estamos dispostas a morrer antes de matar meninos judeus, D’us nos livre!”.

Quando o faraó ficou sabendo que nenhum menino judeu estava nascendo morto, chamou Shifra e Puá para repreendê-las: "Por que estão deixando viver os meninos judeus?”.

Elas responderam: "Não é nossa culpa, Majestade. Nunca somos chamadas a tempo. As mulheres judias fazem Tefilá (rezam) para que seus filhos nasçam rapidamente e em paz. Quando nos chamam já é demasiado tarde; os bebês já nasceram!”.

D’us recompensou Shifra e Puá com bênçãos pela sua coragem em desobedecer às ordens do faraó. Seus descendentes se converteram nos líderes do povo judeu: cohanim, leviyim e reis.

Os meninos judeus são arremessados ao Rio Nilo

O faraó e seus assessores compreenderam que não podiam mandar matar os meninos judeus em segredo, de modo que decidiram assassiná-los abertamente.

O rei proclamou: "De agora em diante, todos os varões judeus serão jogados ao Nilo!”.

Como o faraó imaginou que as mães judias esconderiam seus filhos recém-nascidos, ordenou aos egípcios que se mudassem para casas vizinhas às dos judeus para espioná-los e saber quando uma mulher judia estava prestes a dar à luz. Então deviam informar à polícia egípcia, e a casa judaica era registrada assim que nascesse o bebê. Se fosse menino, levariam-no e o afogariam no rio. Os egípcios ajudaram o faraó, vigiando os judeus. Diziam aos filhos: "sigam as mulheres judias para todos os lados, assim saberão quando estão prestes a dar à luz”.

As egípcias também ajudaram o faraó da seguinte maneira: quando um policial egípcio ia procurar um menino judeu num lugar assinalado e não o encontrava, as mulheres egípcias levavam seu próprio filho ao lugar. Beliscavam a criança para que chorasse, e quando o menino judeu escutava o choro, também começava a chorar. Assim, era descoberto e levado para ser jogado ao Rio Nilo.

Como D’us salvou os meninos judeus

D’us fez um milagre para o povo judeu. Os meninos jogados ao rio não se afogavam. Ao contrário, o rio os arrastava até umas cavernas perto de uns campos, longe das cidades egípcias. Ali, D’us se ocupava com os meninos. Colocou duas pedras junto à boca dos pequenos. De uma delas fluía leite, e da outra mel. Os meninos cresciam, alimentados por D’us, e logo regressavam às casas de suas famílias.

Outro Midrash explica que D’us salvava os meninos mantendo-os vivos milagrosamente no Rio Nilo. D’us permitia que pudessem respirar na água como peixes, e tiravam o sustento do rio. Assim, quando o faraó cancelou o decreto, os meninos saíram vivos do rio.
Desse modo, os malvados planos do faraó não tiveram êxito.
Nasce Moshê

Um dos líderes do povo judeu nesse momento era o tsadic (justo) Amram, da tribo de Levi. Era tão justo que não havia jamais cometido um só pecado na vida. Sua esposa Yocheved era também uma grande tsadeket (justa). Tinham uma filha de seis anos, Miriam, e um filho de três, Aharon.

No dia em que Yocheved estava para dar à luz a outro menino, os astrólogos e sábios do faraó o advertiram: "Lemos nas estrelas que hoje nascerá o menino que tirará os judeus do Egito”.Porém, os egípcios nunca puderam descobrir o filho de Amram e Yocheved. Esta o escondeu em casa por três meses. Porém, temerosa de que os egípcios tivessem visto algo, buscou outro esconderijo.

Yocheved pensou: "Talvez, se ocultar meu filho no rio, os astrólogos do faraó vejam nas estrelas que o menino que os preocupa foi jogado ao rio. Talvez assim o faraó cancele a ordem de atirar os meninos judeus no rio”.

Moshê no Rio Nilo

A mãe de Moshê arrumou uma caixa de madeira e colocou uma tampa. Para impermeabilizá-la, cobriu-a com breu por fora e com argila por dentro. Pôs a caixa no Rio Nilo entre os juncos que cresciam às margens, onde poderia ser vista pela gente que passava perto do rio.

A irmã de Moshê, Miriam, decidiu permanecer perto da margem do rio para ver o que aconteceria ao irmão. Passaram-se vinte minutos e ninguém notou a caixa que flutuava no rio. Mas quem se aproximava agora? Miriam viu que se tratava de uma dama egípcia da alta nobreza, seguida pelas criadas. Quem poderia ser? Quando se aproximou, Miriam viu que era a filha do faraó, a princesa Batia, que vinha banhar-se no Nilo. Podem imaginar como bateu o coração de Miriam, quando viu que Batia mergulhava no rio, não muito distante da caixa com seu irmãozinho dentro?

Miriam observou ansiosamente, para ver se Batia descobriria o menino. Pois não é que descobriu?

"Que será isso que flutua entre os juncos?" Exclamou a princesa.

Ordenou às criadas: Tragam-me essa caixa! Como se negassem Batia estendeu o braço para alcançá-la. Era impossível para Batia alcançar a caixa que estava fora de seu alcance, mas ela tentou de todas as maneiras. D’us fez um milagre: seu braço se esticou até alcançar a caixa e Batia pôde abri-la. Surpreendeu-se ao encontrar um menino dentro.

Que lindo bebê! Batia ficou encantada, e não sabia o que fazer com ele. D’us enviou o anjo Gabriel para que desse uma palmada no menino, que começou a chorar; Batia sentiu pena dele. "Rápido, corram!" Ordenou às criadas. "Este menino deve ser um judeu, e está morrendo de fome. Tragam uma ama de leite para que o amamente!”.

As moças regressaram com uma ama egípcia, mas para surpresa de todos, o bebê fechava a boca com força e não quis mamar do seu peito. Batia ordenou quer trouxesse outra ama egípcia para amamentar o nenê, porém uma vez mais ele cerrou a boca e se negou a mamar. Miriam estava observando a cena desde o começo. Neste momento, perguntou: Tragam uma ama judia? Talvez o menino aceite seu leite.

Quando a princesa consentiu, Miriam correu para casa e trouxe a sua própria mãe, Yocheved. Naturalmente, o pequeno mamou o leite de sua mãe!

Moshê no palácio do faraó

Você acaba de saber quem era o menino. Não era outro senão Moshê. Na verdade, este nome foi-lhe dado pela princesa Batia. Chamou-o assim porque a palavra Moshê significa "tirei-o da água", e Batia o havia encontrado no rio.

Batia disse à mãe de Moshê: "Fique com o menino em sua casa e o amamente até que eu vá buscá-lo para levar ao palácio, e te pagarei por isso”.

Dois anos depois, a princesa reconheceu Moshê e o levou ao palácio do faraó. Cuidava muito bem dele. Amava o menino como se fosse seu próprio filho. Seu pai, o faraó, também se encantou com o bebê e sempre brincava com ele.




Moshê tira a coroa do faraó

Certa vez, o pequeno Moshê estava sentado sobre os joelhos do faraó. De repente, esticou a mãozinha, tirou a coroa do faraó, e a colocou sobre a própria cabeça.

Podem imaginar o alvoroço que se produziu na corte? Um ministro advertiu o faraó: "Majestade, este menino, embora pequeno, já está lhe tirando a coroa! Quando crescer, tirará todo o reino! Talvez seja este o menino que os feiticeiros diziam que levaria os judeus do Egito. Mate-o agora mesmo e não se converterá num inimigo poderoso para o senhor!

Outro ministro interpôs-se: Majestade é um exagero dar tanta atenção aos atos de uma criança. Todos os pequeninos gostam de brincar com objetos brilhantes. Ele tomou sua coroa simplesmente porque pensou que era um objeto agradável e brilhante para brincar.”“.

Para por fim à discussão entre os ministros, decidiram por o pequeno Moshê à prova, e descobrir porque havia tirado a coroa do faraó. Compreendia ele a importância da coroa ou estava só brincando? Se a prova mostrasse que Moshê havia tomado a coroa do faraó com um propósito determinado, seria morto.

Colocaram diante de Moshê duas vasilhas: uma cheia de moedas de ouro e outra de carvões acesos e resplandecentes. Escolheria Moshê o ouro ou os carvões ardentes? Se escolhesse as moedas de ouro, demonstraria que tinha inteligência suficiente para compreender que o ouro era mais valioso que o carvão. Se for tão inteligente isso queria dizer que compreendia o valor da coroa e que a havia colocado sobre a própria cabeça de propósito. Porém, se escolhesse o carvão por causa de seu esplendor, demonstraria ser apenas uma criança que se sentia atraída pelo brilho da coroa. Moshê era um menino muito esperto. Sabia que o ouro era muito mais valioso que o carvão, e estendeu a mãozinha para o ouro. Mas D’us enviou o anjo Gabriel para que empurrasse a mão de Moshê até o recipiente cheio de carvões ardentes. Moshê pegou um, e, vendo que estava muito quente para segurá-lo, levou-o à boca. O carvão ardente queimou-lhe a língua, e desde esse dia Moshê teve dificuldades para falar.

Moshê cresce

Moshê cresceu no palácio do faraó. Embora fosse tratado como um príncipe e pudesse desfrutar de todos os prazeres da corte egípcia, Moshê estava sempre triste, tão triste que chorava sem parar. Havia descoberto que era judeu, e sentia-se consternado ao ver como o faraó tratava cruelmente a seus irmãos, os judeus. Moshê se negou a desfrutar dos prazeres do palácio enquanto outros judeus sofriam e trabalhavam duramente.

Então, Moshê pediu ao faraó que o deixasse supervisionar os escravos judeus, e a cada vez que visitava um lugar onde via os judeus trabalhando, ajudava-os secretamente no que fosse possível. Com o pretexto de ajudar o faraó, Moshê os ajudava a carregar fardos ou a terminar um trabalho. Angustiava-se terrivelmente ao ver que os judeus sofriam tanto.

Os planos de Moshê para dar aos judeus um dia de descanso

Moshê estava constantemente pensando na forma de aliviar o trabalho dos judeus, e finalmente elaborou um plano. Foi ver o faraó e lhe disse: "Tenho observado os judeus trabalhando e devo informar-lhe que estão a ponto de sofrer um colapso. Aí, não terão mais utilidade, pois o senhor os obriga a trabalhar sem descanso. Nenhum escravo pode trabalhar semana após semana, mês após mês”.

"Tens alguma sugestão para evitar que sofram um colapso?" Perguntou-lhe o faraó.

"Creio que se lhes permitisse descansar um dia por semana", sugeriu Moshê, "lhes daria a oportunidade de reunir força suficiente para trabalhar melhor o restante do tempo”.

O faraó aceitou o plano de Moshê. Quando permitiu a Moshê escolher um dia da semana, que dia acham que escolheu? Sim, foi o Shabat. Embora a torá ainda não tivesse sido outorgada, Moshê sabia que o Shabat era um dia santo. Sabia que Avraham, Yitschac, Yaacov e Yossef descansavam no Shabat.

Segundo outro Midrash, o faraó descobriu que qualquer edifício que os judeus levantavam no Shabat caía imediatamente.
O faraó perguntou desconfiado: "Por que os edifícios construídos no sétimo dia não duram?" Moshê explicou ao faraó: "Porque não lhes permite descansar neste dia!”.

Desde então, o faraó liberou o Povo de Israel de trabalhar no Shabat.

Moshê mata um egípcio

Certo dia, quando Moshê tinha vinte anos, chegou ao lugar onde trabalhavam os judeus e se deparou com um espetáculo pavoroso! Um supervisor egípcio estava chicoteando selvagemente um judeu! Moshê sabia que precisava detê-lo rapidamente ou ele mataria o judeu. Decidiu que o malvado egípcio não merecia viver, mas pensou que poderia ter filhos ou netos que fossem bons. Embora Moshê fosse jovem, era um grande tsadic (justo) que tinha um poderoso ruach hacodesh, um dom de D’us que lhe permitia ver o futuro de uma pessoa. Moshê previu que este egípcio era um malvado da pior espécie, e que seus filhos e descendentes que pudesse ter seriam reshaim (malvados).

Moshê conhecia o segredo de matar uma pessoa invocando o nome de D’us, pois D’us havia enviado um anjo para que o ensinasse. Pronunciou um dos nomes santos de D’us, com 42 letras, e o egípcio caiu morto.

Moisés rapidamente sepultou o egípcio na areia e advertiu os judeus que haviam presenciado a cena: "Não digam uma palavra do que viram aqui”.

No dia seguinte, Moshê voltou a esse lugar. Havia problemas novamente. Dois homens estavam lutando, e um havia levantado a mão para golpear o outro. Quando Moshê se aproximou, viu que eram judeus. Eram dois reshaim (malvados) chamados Datan e Aviram.

Parem! Ordenou Moshê a Datan, o judeu que levantava a mão contra o outro. Por que faz isso? Nenhum judeu pode golpear outro! Datan replicou com insolência: "És muito jovem para me dar ordens! E mesmo que fosses mais velho, quem te nomeou juiz sobre nós? Ou talvez queres matar-me como fez ontem com o egípcio!" Quando Moshê escutou essas palavras, sentiu-se desolado. Datan mencionara em voz alta o fato de que matara o egípcio. Por acaso Moshê não advertira os judeus a guardar segredo e não falar lashon hará (palavras maliciosas) sobre ele? Moshê temia que D’us não iria tirar os judeus do Egito por pecar, falando lashon hará!

Os dois reshaim (malvados), Datan e Aviram ficaram tão furiosos porque Moshê apartara sua briga, que se apressaram em ir ao palácio e informar ao faraó; "Moshê assassinou um supervisor egípcio!" O faraó deu ordens para deterem Moshê e o condenou à morte. O carrasco quis brandir sua poderosa espada no pescoço de Moshê, mas D’us fez um milagre: seu pescoço ficou duro como uma pedra, e a espada voltou-se para trás, matando o carrasco. Então D’us deixou o faraó mudo, para que não pudesse falar e dar ordens de matar Moshê, e deixou as pessoas cegas, para que não vissem sua fuga.

Moshê se refugia na casa de Yitrô

Moshê saiu da terra do Egito, porque o faraó era poderoso e tinha espiões em toda parte. Viajou a países distantes por muitos anos, até que chegou à terra de Midyan. Enquanto descansava junto a um poço, viu sete irmãs com um rebanho de ovelhas que se aproximavam do poço. Uns pastores que estavam por perto não permitiram que as moças dessem de beber as ovelhas, e jogaram as irmãs dentro do poço.

Quando Moshê viu o ocorrido, tirou as moças do poço e deu água às suas ovelhas. Também ajudou os pastores a dar de beber aos animais. As irmãs agradeceram e foram para casa. Ao chegarem, o pai, Yitrô, lhes perguntou: "Por que chegaram tão cedo hoje? Sempre chegam tarde, pois os pastores as tratam mal e não as deixam dar água às ovelhas”.

Hoje um estranho, um egípcio, nos ajudou, explicaram elas. "Tirou-nos do poço e deu de beber as ovelhas. Trata-se, sem dúvida, de um homem muito bondoso, disse Yitrô. Vão buscá-lo e convidem-no a jantar conosco”.

Moshê foi à casa de Yitrô.

Quem és, e o que fazes em Midyan? Perguntou-lhe Yitrô.

Quando Moshê explicou que estava fugindo do faraó porque este queria matá-lo, Yitrô se assustou porque temia que o faraó o castigasse por dar abrigo a Moshê. Assim, Yitrô ordenou aos serventes que colocaram Moshê em um poço perto da casa, e o mantiveram ali por dez anos. Todos os dias, Tsiporá, uma das filhas de Yitrô, levava-lhe comida, e assim Moshê pôde sobreviver. Finalmente, dez anos depois, Yitrô o libertou.

O maravilhoso cajado de Moshê

Quando D’us criou os céus e a terra e tudo que há neles, criou também um maravilhoso bastão de safira, que deu a Adan, o primeiro homem, que viveu por 930 anos. Adan o entregou a seu tataraneto, o tsadic Chanosh, que havia nascido quando Adan tinha 622 anos. Chanosh o deu a Metushelach, que por sua vez o deu a Noâch. Noâch o deu a Avraham, que o deu a Yitschac, que o deu a Yaacov, que o deu a Yossef. Quando Yossef morreu, Yitrô, que era conselheiro na corte do faraó, o tomou porque percebeu o quão importante era. Yitrô o cravou na terra de seu jardim, no fundo da casa. Porém, quando o bastão foi plantado ali, ninguém, por mais forte que fosse, não conseguia tirá-lo. Yitrô proclamou: Se algum homem conseguir tirar o bastão da terra, dar-lhe-ei uma de minhas filhas por esposa! Mas ninguém conseguia. Quando Moshê saiu do cárcere de Yitrô, tirou o cajado. Guardou-o com ele.

Moshê se casa com Tsiporá

Yitrô deu a Moshê a mais especial de suas filhas, Tsiporá, que era uma grande tsadeket (justa). Esta deu à luz um filho, a quem Moshê chamou Gershon, e logo outro Eliezer.

Moshê ficou vivendo com Yitrô e se ocupou em cuidar das ovelhas.

D’us fala com Moshê de um arbusto ardente

Os pastores só levam as ovelhas e cabras a pastarem o mais perto possível de casa. Moshê, ao contrário, não fazia assim. Todo o dia levava as ovelhas de Yitrô muito longe, longe das cidades povoadas, pois temia que os animais comessem pasto de alguma outra pessoa, e isso seria roubar. Moshê somente ia com o rebanho em campo aberto, onde a terra não pertencia a ninguém.

Estava chegando a hora de liberar o Povo de Israel do Egito. Apenas D’us sabia quando chegaria este momento. Pois como Moshê era um tsadic (justo) tão especial, D’us decidiu elegê-lo líder dos judeus.
Certa vez Moshê conduzia as ovelhas por um campo deserto, e viu um fato inusitado: numa colina havia um arbusto espinhoso que estava se incendiando, sem que os ramos fossem destruídos pelo fogo. Moshê olhou com mais atenção e viu um segundo milagre: apenas parte do arbusto estava se incendiando, e o fogo não tocava a outra parte de jeito nenhum.

Moshê ficou admirado pelo maravilhoso espetáculo. Havia outros pastores junto a Moshê, mas apenas o tsadic (justo) Moshê podia ver o maravilhoso arbusto, e somente ele escutou um anjo de D’us que o chamava para que se aproximasse do arbusto.

Quando Moshê chegou perto, D’us lhe ordenou: "Não chegue muito perto! Tire os sapatos, pois está parada em terra Santa!”.

A colina era Santa, pois a shechiná (Divindade) de D’us estava sobre ela. Voltaria a ser sagrada no ano seguinte quando D’us entregaria os Dez Mandamentos ao Povo de Israel sobre esta colina. Pois a colina onde Moshê vira o arbusto ardente não era outra senão o Har Sinai -Monte Sinai.
D’us disse a Moshê: "Escutei o Povo de Israel chorando por causa do duro trabalho no Egito. Vi que fizeram teshuvá (arrependimento) em seus corações. Vou libertá-los. Vá ao faraó e ordene-lhe: Deixe partirem os judeus. Você os guiará para fora do Egito.
Sou uma pessoa muito insignificante, protestou Moshê. Por que haverias Tu, D’us, de eleger-me o líder que tirará os judeus do Egito? Elege um homem mais importante! Quem sou eu para que o faraó me escute e me permita sair para a terra Santa? Pode estar furioso comigo por ter matado um egípcio – pode até prender-me ou executar-me!

Não temas! Tranquilizou D’us a Moshê. Estarei a teu lado para assegurar teu êxito em liberar o Povo de Israel do Egito. Prometo que o faraó não te fará mal. Esta é uma das razões por que te mostrei a sarça ardente. Foi um sinal: assim como o arbusto não sofreu dano por causa do fogo, não serás prejudicado pelo faraó.

Moshê fez outra pergunta: Se eu disser ao Povo de Israel que me ordenastes tirá-los do Egito, não me acreditarão. Dirão: ‘D’us nunca apareceu para você! Não acreditamos em você!
D’us ficou irado com Moshê por não confiar nos judeus; por pensar que não lhe dariam crédito. D’us esperava que Moshê compreendesse que os judeus eram um povo santo que confiaria nele, pois haviam aprendido de seu antepassado Yaacov e de Yossef, sobre o redentor que D’us enviaria. Como temes que o Povo de Israel não confie em ti, dar-te-ei três sinais, disse D’us a Moshê.

Estas serão as provas para o Povo de Israel de que foste enviado por Mim.

O primeiro sinal

D’us perguntou a Moshê: Que levas nas mãos?

Um cajado, disse Moshê.

Joga-o no solo!

Quando Moshê jogou o cajado, este se transformou em uma serpente. Moshê se assustou tanto com a perigosa serpente que se movia em sua direção que começou a correr.

Mas D’us ordenou-lhe: Pega a serpente pela cabeça!

Quando Moshê fez o que D’us lhe ordenava, a serpente transformou-se em cajado novamente. Era sem dúvida um sinal maravilhoso que convenceria os judeus de que deveriam crer nas palavras de Moshê. Porém, D’us havia também escolhido este sinal para demonstrar a Moshê que estava aborrecido com ele, por haver falado mal de Bnei Israel ao dizer: Não crerão em mim! Desse modo, Moshê havia agido como a serpente no Gan Eden (paraíso) que havia falado lashon hará (calúnias) sobre D’us a Chava. Para que Moshê tomasse consciência de seu erro, D’us utilizou uma serpente como primeiro sinal.

O segundo sinal

D’us ordenou a Moshê: Põe tua mão sobre o peito!

Moshê pôs a mão dentro da túnica. Quando a retirou, estava branca como a neve. Estava coberta da doença cutânea conhecida como tsara’at. Quando uma pessoa contrai essa doença, a pele fica toda branca.

Logo D’us ordenou a Moshê: Coloca novamente tua mão dentro da túnica.

Desta vez, quando Moshê a tirou, a mão estava com sua cor normal novamente. D’us disse: O sinal de tua mão doente será o sinal que mostrarás ao Povo de Israel.

Este sinal era uma nova prova de que Moshê não deveria ter falado sobre Bnei Israel; Não me acreditarão! Como Moshê havia falado mal dos judeus, D’us o havia castigado com uma enfermidade com que D’us castiga as pessoas que falam calúnias.

O terceiro sinal

D’us deu a Moshê outro sinal para que mostrasse ao Povo de Israel. Disse-lhe: Toma um pouco de água do Rio Nilo e joga-a sobre o solo e se transformará em sangue.

Mesmo depois de receber estes três sinais do próprio D’us, Moshê não estava pronto para ir até o faraó.

Meu irmão Aharon sentir-se-á mal se eu me transformar no líder do povo judeu, e não ele! Ele é um navi (profeta) a quem Tu tens falado e enviado mensagens ao povo judaico. Não sou digno de comparecer perante o faraó, pois tenho dificuldades para falar.

Mas D’us insistiu que Moshê fosse o líder de Bnei Israel. Teu irmão Aharon te acompanhará na visita ao faraó e ao povo de Israel, disse-lhe. Ele falará diretamente com o faraó. Tu falarás lashon hakôdesh (hebraico) e ele traduzirá tuas palavras para o egípcio. Leva contigo o cajado, pois com ele farás milagres!

Moshê é castigado por demorar a fazer o brit milá (circuncisão) de seu filho

Moshê disse à esposa: "D’us me ordenou regressar ao Egito”.

Moshê pegou a esposa e o filho, Gershon, junto com o bebê recém-nascido, de oito dias de idade, e os sentou sobre uma mula. Todos empreenderam viagem ao Egito.

Na verdade chegara o momento de fazer a circuncisão do menino recém-nascido, Eliezer. Mas Moshê pensou: "Se eu fizer o brit milá agora, será perigoso que viaje em seguida. E D’us me ordenou viajar ao Egito. Primeiro devo obedecer à ordem de D’us e fazer logo a circuncisão do menino.

Quando Moshê e Tsiporá estavam para chegar ao Egito, Moshê preparou um lugar para a família passar a noite.

Mas D’us esperava que Moshê, agora que a família estava perto do Egito, fizesse a circuncisão antes de qualquer outra coisa. Moshê deveria ter preparado um lugar para dormir somente depois de cumprir com a mitsvá de milá. Por causa disso, D’us enviou um anjo para que castigasse Moshê. Uma serpente começou a enroscar-se em Moshê. Quando Tsiporá entendeu o que isto significava, rapidamente tomou um instrumento afiado e fez a circuncisão no filho. Imediatamente, o anjo libertou Moshê.

Esta história contém duas lições;

1. Vemos que grande tsadic (justo) era Moshê. D’us foi tão severo com ele por demorar a cumprir uma mitsvá, simplesmente pela estatura de Moshê, um grande homem.

2. Aprendemos desta passagem a importância da milá. Assim como o castigo por não cumprir a mitsvá é severo, o zechut (mérito) por cumpri-la é enorme. A mitsvá da milá é, em alguns modos, tão importante como todas as outras mitsvot da Torá juntas!

Aharon vai ao encontro de Moshê e sua família

D’us disse ao irmão de Moshê, Aharon: "Moshê está chegando ao Egito. Vá ao seu encontro”.
Aharon foi ao encontro do irmão. Beijou Moshê, feliz por este ter se tornado o líder do povo judeu. Embora Aharon fosse mais velho, não invejou a alta posição de seu irmão mais jovem. Quando Aharon viu a esposa e os filhos de Moshê, disse: "Por que os trazes ao Egito? Os judeus ali sofrem muito por causa da crueldade do faraó. Seria melhor que voltassem a Midyan”.

Moshê escutou o conselho do irmão. Algum tempo depois, levou a família de volta a Midyan e logo regressou ao Egito sozinho.

Moshê e Aharon falam com Bnei Israel

Moshê e Aharon reuniram os zekenim, os líderes do Povo de Israel. Aharon lhes falou. Explicou a eles que D’us havia enviado Moshê para tirar os judeus do Egito. Os zekenim transmitiram a mensagem a todos os judeus. Todos acreditaram. Inclinaram-se para agradecer a D’us que em breve os libertaria.

Logo Moshê e Aharon foram ao palácio do faraó para ordenar ao rei, em nome de D’us, que pusesse o Povo de Israel em liberdade.

Os milagres que aconteceram quando Moshê e Aharon entraram no palácio

A entrada do palácio era guardada por animais selvagens: ursos ferozes e leões. Estes destroçavam todo aquele que entrava sem permissão. Mas quando Moshê e Aharon entraram, os animais ficaram dóceis como ovelhas. Agacharam a cabeça e seguiram docilmente a Moshê e Aharon por toda à parte.

Antes de entrar na sala do trono, os visitantes tinham que atravessar uma porta baixa. Em frente à porta havia um ídolo egípcio. Quando o visitante inclinava a cabeça para passar pela porta, automaticamente se inclinavam para o ídolo.

Mas para Moshê e Aharon a entrada se tornou milagrosamente mais alta. Embora eles fossem muito altos, puderam entrar na sala sem inclinar-se. O mesmo milagre também aconteceu em tempos anteriores, quando Yaacov fora visitar o faraó. Para ele, também, a porta ficara mais alta.

O faraó se nega a escutar

Moshê e Aharon ordenaram ao faraó em nome de D’us: "Deixa o Povo de Israel sair do Egito". Mas o faraó zombou de suas palavras.

"Quem é D’us? Não o conheço! O nome desse deus não está em nenhum de meus livros”.Moshê e Aharon explicaram ao faraó: "D’us é o D’us do povo judeu. Criou o mundo e o governa! Será melhor para ti que O escutes!”.

Mas o faraó se negou a obedecer. Pelo contrário, tornou-se ainda mais cruel. Ordenou aos guardas: "Estes judeus estão ficando folgados, pois acreditam que logo sairão do país. Devemos, pois, fazer com que trabalhem mais ainda! Até agora lhes paguei para misturar o cimento e fabricar os tijolos. De agora em diante, cada judeu deverá conseguir sua própria palha! E diga-lhes que não podem fazer menos tijolos que antes!”.

Esta foi, sem dúvida, uma ordem cruel. Os judeus se dispersaram por todo o Egito em busca de palha. Mas, naturalmente, isto levou tempo, e o tempo de que dispunham para fazer tijolos era menor. Os supervisores do faraó os açoitaram por obterem menos resultados. Ordenou aos policiais judeus que golpeassem todo judeu que fosse lento no trabalho. Porém, eles não obedeceram Quando os supervisores do faraó viram isso, açoitaram os policiais judeus, mas não conseguiram que batessem nos outros judeus.

Moshê ficou triste ao ver que os judeus sofriam ainda mais depois que ele havia falado com o faraó. Lamentou-se a D’us: "Por que me enviaste ao Egito? Agora o faraó tornou-se ainda mais cruel com o Povo de Israel!”.

D’us respondeu: "Em breve enviarei pragas sobre o faraó, e então o trabalho de Bnei Israel se tornará mais fácil. Finalmente, o faraó os fará sair do Egito com tal pressa que não terão tempo de assar pão para levar na viagem!”.

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