quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

NOTAS
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Todas estas Ciências eram por sua vez consideradas como "Artes" (vgr. as Artes Liberais), assim os filósofos químicos estavam acostumados a também se auto-denominarem "artistas", e à ciência de Hermes como "Arte alquímica", ou "Arte Real" (Ars Regia).
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É notória a influência do Hermetismo sobre a Psicologia que cristaliza em Jung –reconhecido autor e chefe de uma escola e escritor de mais de vinte livros encabeçados por sua conhecida Psicologia e Alquimia– e prossegue até hoje com alguns de seus seguidores, ou em novas perspectivas como a Psicologia transpessoal, etc.
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Biblioteca Colombina: Catálogo de seus livros impressos. Ilmo. Cabildo de la Santa Iglesia Catedral de Sevilla. Tomos I a VI: Notas Bibliográficas do Dr. D. Simón de la Rosa y Pérez. Sevilla 1888-?. Tomo VII: Notas Bibl. de id. e Fco García Madueño. Revisión e Índices de D. Ramón Paz y Remolar. CSIC y Biblioteca Colombina, Madrid 1948. Bibliotheca Chemica: A catalogue of the alchemical, chemical and pharmaceutical books in the collection of the late James Young of Kelly and Durris [1811-83], by John Ferguson, honorary member of the Imperial Military Academy of Medicine, etc. Reimpressão: KessingerPublishing CO., Montana, USA. 2 vol.
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Sobre este autor há muito o que dizer, pois apesar de expressar sua teoria da gravidade de modo mecânico –com a seqüela de complicações que isto trouxe–, o grosso de seus estudos e concepções era outro, incluídas as possibilidades experimentais em relação com o "mistério" da gravitação. Ver também nossa resenha [em espanhol] na Symbolos Nº 13-14: "Maçonaria", 1997 sobre I. Newton, El Templo de Salomón, introd. de J. M. Sánchez Ron, trad. e est. filológicos C. Morano, Ed. Debate/CSIC, Madrid 1996. Igualmente: John Harrison, The Library of Isaac Newton, Cambridge University Press, 1978; e B. J. T. Dobbs, The Janus faces of genius. The role of alchemy in Newton's thought, id. 1991.
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Hoje ja se costumou mencionar de forma habitual Paracelso como um dos antecedentes renascentistas da medicina e da farmácia –particularmente a homeopática– moderna inclusive em contraposição com Galeno, e o galenismo representante do saber médico da antigüidade greco-romana e medieval (Historia de la Ciencia y la Técnica Akal Nº 19, La química sagrada, J. Esteva de Sagrera; Nº 11, El Renacimiento, Fco. Javier Puerto; Madri 1991), face às dificuldades de todo tipo que o próprio Paracelso teve ao tratar de explicar sua Ciência, já que os "oficialistas" de seu tempo –que curavam tudo com sangrias– qualificavam- no de charlatão. Entretanto em todos seus escritos faz referência à Tradição Hermético Alquímica, como bem o demonstra o seguinte texto sobre os fundamentos da Arte da Medicina: "A Medicina descansa sobre quatro colunas: a Filosofia, a Astronomia, a Alquimia e a Ética. A primeira coluna deve compreender filosoficamente terra e água; a segunda, a Astronomia, deve contribuir o pleno conhecimento do que é de natureza ígnea e aérea; a terceira deveria explicar sem falta as propriedades dos quatro elementos –quer dizer, de todo o cosmo– e iniciar na arte de sua elaboração, e finalmente a quarta deveria mostrar ao médico aquelas virtudes que têm que lhe acompanhar até sua morte e devem apoiar e completar as outras três colunas." (Paracelso, Textos esenciales, ed. Jolande Jacobi, Siruela. Madrid 1991).
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Poimandrés X, 22.
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Também incursionou na música. Esta sempre contou entre seus cultores e teóricos com uma plêiade de autores herméticos, da já mencionada lira de Apolo até os nossos dias. A quem estiver interessado neste tema recomendamos em particular as obras de Joscelyn Godwin: The Harmony of the Spheres, a sourcebook of the Pythagorean Tradition in Music, Inner Traditions International, Rochester VT, 1993, Harmonies of Heaven and Earth, Inner Traditions, 1995, e l'Esotérisme musicale en France 1750-1950, Albin Michel, Paris 1991. "Ser instruído na música, não consiste senão em saber como se ordena todo o conjunto do universo e que plano divino distribuiu todas as coisas: pois esta ordem, na qual todas as coisas particulares foram reunidas num mesmo todo por uma inteligência artística, produzirá, com uma música divina, um concerto imensamente suave e verdadeiro" (Asclépio, 13).
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Entre os autores platônicos e pitagóricos devemos mencionar: Speusipo e a célebre Academia de Platão (e seus sucessores nela), que torna a reviver com os Neoplatônicos dos quais Jámblico e Proclo são talvez os mais importantes além de: Numenio de Apamea, Plotino, Porfirio, etc.; Pitagóricos e Neopitagóricos: Petrônio de Himera, Ion de Chios, Hipásio de Metaponto, Filolau de Crotona, Arquitas de Tarento, Hipócrates de Kíos, Teodoro de Cirene, Hicetas de Siracusa, Moderato de Cádiz, Theón de Esmirna, Nicômaco de Gerasa, Plutarco de Atenas, etc, Macróbio, Boécio e Euclides.
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Ver Herreros y Alquimistas (Aliança Ed. Madrid 1986), Cosmología y Alquimia Babilónicas (Paidós, Barcelona 1993) e Alquimia Asiática (id. 1992), de Mircea Eliade.
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"A filosofia está escrita nesse vastíssimo livro continuamente aberto ante a vista (refiro-me ao universo), mas este não pode ser entendido se antes não se aprende a entender a língua, a conhecer os caracteres nos quais está escrito. E o está numa linguagem matemática, cujos caracteres são triângulos, círculos e outras figuras geométricas, sem as quais é humanamente impossível entender uma só palavra, o que seria como agitar-se inutilmente para sair de um obscuro labirinto" (Galileo Galilei, Il Saggiatore, 6, Opera. Florença, Ed. Nazionale, 1898, T. vi, p. 232).
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Frances A. Yates, em ¿Relacionaba Newton sus matemáticas con la Alquimia? (Ensayos Reunidos III: Ideas e ideales del Renacimiento en el Norte de Europa, FCE, México 1993), afirma: "Em seu artigo revolucionário sobre 'Newton and the pipes of Pan' [Newton e as flautas de Pan], publicado nas Notesand Queries of the Royal Society em 1966, J. E. McGuire e P. M. Rattansi citavam dos manuscritos inéditos palavras que mostravam que Newton acreditava que ao descobrir a lei da gravidade e o sistema do mundo associado com ela, estava redescobrindo uma antiga verdade, conhecida do Pitágoras e oculta no mito de Apolo com sua lira de sete cordas."
E mais adiante a mesma autora, entre outras coisas diz: "Outro volume alquímico que Newton estudou profundamente e copiou foi o Theatrum chemicum de Elias Ashmole, coleção de textos alquímicos entre os quais se encontra uma breve descrição em verso da monas [N.T.: Mônada] de Dee. Num comentário sobre esse volume, que Ashmole cita de um manifesto Rosacruz, alude a Michael Maier e dá uma larga descrição do John Dee e de sua obra como matemático, que elogia muito." "… havia um núcleo hermético no cientista do século XVII; Newton, o matemático, unia-se ao Newton, o alquimista. Cobrem-se esses dois interesses, inclusive nos Principia e na Opticks, como pensam agora alguns estudiosos? Se for assim, não deveríamos procurar seus antecedentes nos movimentos alquímicos de princípios do século XVII, que até agora só se exploraram levianamente? ".
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Ver F. Yates, Giordano Bruno y la Tradición Hermética, Ariel Filosofía, Barcelona 1994.
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Sem dúvida a repressão religiosa e a criminalidade da Inquisição, cuja missão era a caça e extermínio de tudo o que atentasse contra seu poder foram a causa principal disto. Também o "cristianismo oficial" dos Protestantes, embora em menor medida.
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Esta paradoxo é óbvio na fundação da Real Sociedade de Londres instituída pelo alquimista Elías Ashmole e alguns de seus célebres amigos, a qual ao cabo de poucos anos se volta contra aqueles que a constituíram; o aspecto "material" e profano tinha vencido ao metafísico. Entre os colaboradores de Ashmole se encontra Sir Robert Moray, primeiro maçom documentado (Edimburgo 1641-47), arquiteto militar, com interesses herméticos e científicos, que foi o primeiro presidente de tal Sociedade.
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As duas bibliotecas às quais fazemos alusão no começo deste artigo, especialmente a Colombina mais vinculada com o pensamento medieval, foram postas em relação, para estes apontamentos, com a obra já citada de Thorndike, que abrange do Império Romano até o século XIV de nossa era; o conteúdo deste livro que consideramos básico para qualquer investigação relacionada com o tema aqui tratado é muito recomendável. Em seu Prefácio Thorndike nos diz que trabalhou com manuscritos e incunábulos da British Library, da Bodleian (Oxford), da Bibliothèque Nationale (Paris) e das de Munich, Florença e Bologna, entre outras, e que tendo consultado diversos catálogos acredita ter estudado uma coleção representativa, em que pese serem milhares os manuscritos vinculados com seu estudo. Assinala também em sua Conclusão que os autores dos séculos XIV e XV, sobretudo os deste último, não adicionam grande coisa ao que estava em germe anteriormente. Naturalmente o autor organiza seu material em razão das investigações dos séculos posteriores, posto que seu trabalho constitui sua tese doutoral começada em 1902.
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A magia renascentista queria conhecer os segredos da natureza, quer dizer da cosmogonia, apoiando-se nos números e na geometria de Pitágoras, que a Teurgia ativava de modo operativo, e que a Ciência estabeleceria de maneira aplicada. A Teurgia, chamada também magia intelectual, espiritual ou pneumática, é a verdadeira Alquimia do Conhecimento.
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Ciencia y Religión en el siglo XVII, El Colegio de México 1974, pág. 51.

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