quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

o que e humildade e porque rpecisamos dela?

A Torá nos conta que “... Moshe (Moisés) era muito humilde, mais que qualquer pessoa na face da
Terra” (Bamidbár 12:3). Todos os outros profetas recebiam sua profecia dormindo ou em transe, mas Moshe
podia falar diretamente com o Criador. D’us ditou a Moshe como escrever a Torá, palavra por palavra, letra
por letra. Moshe, portanto, sabia que D’us afirmou que ele era e seria o maior de todos os profetas. A
grande pergunta é: como foi possível para ele ser humilde depois que o Todo-Poderoso lhe disse que era o
homem mais humilde do mundo?
A resposta reside na própria definição de humildade. Humildade não é ser um ‘tolo’ – um perdedor
dócil, patético, sem autoconfiança e submisso. Humildade é saber exatamente quais são os nossos talentos
e capacidades – e reconhecer que eles e tudo o mais que temos são uma dádiva do Todo-Poderoso. Moshe
entendia que ele era o único profeta que jamais conversou ‘cara a cara’ com o Todo-Poderoso (Devarim,
34:10). Mas também entendia que este nível de profecia era uma dádiva Divina. Humildade é uma postura
íntima de cada pessoa.
Humildade também é um requisito para se estudar Torá. Nossos Sábios assemelham a Torá com a
água. Ela é necessária para a vida, é essencial para o crescimento e para atingirmos o nosso potencial. A
água flui da montanha para os lugares mais baixos, e não o contrário. Se a pessoa é humilde, há lugar para
a Torá entrar. Se é toda ‘cheia’ de si, há pouco lugar para qualquer outra coisa. Para extrairmos o máximo
de nosso potencial, precisamos ser humildes.
Ao percebermos nossa pequenez em comparação a todo o universo e o poder do Todo-Poderoso,
adquiriremos a humildade. Ao nos darmos conta da vasta quantia de conhecimento que não temos e os
erros que já cometemos, automaticamente obteremos a humildade. Ao reconhecer a fragilidade do corpo
humano e como até a mais forte das pessoas em algum momento do futuro ficará fraca e morrerá,
seguramente conseguiremos incorporar a característica da humildade dentro de nós. A única maneira de se
ter arrogância é carecer da consciência de como funciona a realidade da vida. Moshe possuía o mais alto
nível de consciência e, portanto, era o mais humilde dos homens.
Por que uma pessoa precisa de humildade? Uma pessoa realmente humilde aprenderá dos demais,
fará perguntas quando tiver dúvidas e estará aberta a críticas. Ela não sente necessidade de ter poder sobre
os outros ou de sentir-se superior focando em suas deficiências. Ela não se deixará influenciar por insultos
ou participará de rixas e intrigas. Pedirá perdão e não culpará o próximo. É capaz de enxergar o lado
positivo dos outros e, portanto, conseguirá amar os demais. (Amor é a emoção do prazer que a pessoa
sente ao focalizar o lado bom do próximo).
Uma pessoa arrogante exige que tudo seja exatamente do jeito que deseja. Tem pouca paciência e
isto lhe gera muita frustração e sofrimento. Uma pessoa humilde consegue aceitar mais facilmente os fatos
que não ocorrem da maneira que gostaria que fossem. Ela focaliza no lado positivo de cada situação e
circunstância e tem mais alegria em viver.
A pessoa humilde defende a verdade e a retidão, sem se influenciar pela opinião dos outros. Ela
entende a realidade do que é importante: valores espirituais, D'us, a Torá, a verdade - e não o seu ego.
Clique também em nosso site e leia um espetacular artigo sobre humildade (em inglês):
http://aish.com/spirituality/48ways/Way_7_The_True_Charisma.asp.
Porção Semanal da Torá: Vaerá Shemót (Êxodus) 06:02 - 09:35
Aqui começa o relato das Dez Pragas que D’us mandou sobre o Egito, não só para libertar o Povo
Judeu da escravidão, mas para mostrar ao mundo que Ele é o D’us de toda a criação e da História. As
primeiras nove pragas costumam ser separadas em 3 grupos:
1) A água virando sangue, Rãs e Piolhos; 2) Feras Selvagens, Pestes/Epidemias e Furúnculos; 3) Granizo,
Gafanhotos e Escuridão.
O Rabino Samson Raphael Hirsch, um grande sábio que viveu na Alemanha (1808-1888), explicou
que estas punições contra os egípcios foram ‘medida por medida’, como conseqüência de terem afligido o
Povo Judeu com a escravidão. A primeira praga de cada grupo reduziu os egípcios, em sua própria terra, à
insegurança que sentem os estrangeiros fora de casa. A segunda praga de cada grupo tirou-lhes o orgulho,
posses e seu sentimento de superioridade. A terceira praga de cada grupo impôs-lhes sofrimentos físicos.
Dvar Torá: baseado no livro Growth Through Torah, do Rabino Zelig Pliskin
A Torá declara: “O Faraó mandou chamar Moshe e seu irmão Aharon e disse: ‘Eu pequei desta vez. O
Todo-Poderoso é justo. Eu e o meu povo somos perversos... Vou deixá-los partir’.”
Entretanto, pouco depois, o Faraó recusou-se a deixá-los ir.
Por que ele mudou de opinião depois que a pressão da praga foi removida? O Rabino Natan Tzvi
Finkel (Lituânia, 1849-1927) explicou que o Faraó encarava o sofrimento como uma punição. Foi por isso
que ele disse: ‘O Todo-Poderoso é um juiz justo e Sua punição é correta uma vez que agi com
perversidade’.
A realidade é que existe um forte elemento de bondade no sofrimento que o Todo-Poderoso nos envia.
Em parte é uma mensagem divina informando que temos algo a melhorar. O objetivo do sofrimento é
motivar a pessoa a melhorar o seu comportamento. Já o Faraó enxergava o sofrimento apenas como uma
punição. Portanto, logo que a punição cessou, ele mudou de idéia e recusou-se a deixar os Judeus partirem.
Nossa lição: Enxerguemos o sofrimento como um meio de nos elevarmos e procuremos encontrar
significado nele. Tentemos aceitá-lo com amor e reconhecimento. Sempre que nos encontrarmos numa
situação destas, perguntemo-nos: “Como posso usar este sofrimento como uma ferramenta para o meu
aperfeiçoamento pessoal?”

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