domingo, 2 de dezembro de 2007

parasha mikets

PARASHÁ MIKÊTS U w n

Shabat: Prosperidade

Energia: Tiferet de Guevurá - A Beleza da Disciplina


Meditação: Ter disciplina para fazer determinadas atividades em nossa vida é difícil. Mais difícil ainda é fazer essas atividades com Beleza. A Beleza de Tiféret não é meramente uma questão estética. Ela se refere à injeção de sentimento em algo, o cuidado para que não haja um comportamento robótico, sem atenção ou consciência. A contínua repetição dos mesmos procedimentos tende a torná-los mecânicos. Como evitar isso? Adicionando Beleza. Quando você se envolve verdadeiramente com os rituais, cada prática tem um esplendor diferente, uma mensagem que se destaca, um sentimento novo que aflora. Trazer Beleza para a Disciplina transforma as atividades mais chatas que temos de fazer em momentos mais prazerosos.



Exercício: Faça uma avaliação sincera e perceba como tem conduzido as coisas. Não se trata apenas do cumprimento das mitzvot (conexões), mas também de todas as atividades com as quais está comprometido dia após dia. Você desenvolve as suas atividades, que precisam de disciplina, da melhor forma possível, ou torna a rotina algo robótico? Torne a disciplina uma benção e não uma maldição!


Bereshit: 43:16

Salmo : 40


PARASHÁ MIKÊTS U w n


Gn 41:1 - 44:17

Gn 41
1 Passados dois anos completos, Faraó teve um sonho. Parecia-lhe achar-se ele de pé junto ao Nilo.
2 Do rio subiam sete vacas formosas à vista e gordas e pastavam no carriçal.
3 Após elas subiam do rio outras sete vacas, feias à vista e magras; e pararam junto as primeiras, na margem do rio.
4 As vacas feias à vista e magras comiam as sete formosas à vista e gordas. Então, acordou Faraó.
5 Tornando a dormir, sonhou outra vez. De uma só haste saíam sete espigas cheias e boas.
6 E após elas nasciam sete espigas mirradas, crestadas do vento oriental.
7 As espigas mirradas devoravam as sete espigas grandes e cheias. Então, acordou Faraó. Fora isto um sonho.
8 De manhã, achando-se ele de espírito perturbado, mandou chamar todos os magos do Egito e todos os seus sábios e lhes contou os sonhos; mas ninguém havia que lhos interpretasse.
9 Então, disse a Faraó o copeiro-chefe: Lembro-me hoje das minhas ofensas.
10 Estando Faraó mui indignado contra os seus servos e pondo-me sob prisão na casa do comandante da guarda, a mim e ao padeiro-chefe,
11 tivemos um sonho na mesma noite, eu e ele; sonhamos, e cada sonho com a sua própria significação.
12 Achava-se conosco um jovem hebreu, servo do comandante da guarda; contamos-lhe os nossos sonhos, e ele no-los interpretou, a cada um segundo o seu sonho.
13 E como nos interpretou, assim mesmo se deu: eu fui restituído ao meu cargo, o outro foi enforcado.
14 Então, Faraó mandou chamar a José, e o fizeram sair à pressa da masmorra; ele se barbeou, mudou de roupa e foi apresentar-se a Faraó.
15 Este lhe disse: Tive um sonho, e não há quem o interprete. Ouvi dizer, porém, a teu respeito que, quando ouves um sonho, podes interpretá-lo.
16 Respondeu-lhe José: Não está isso em mim; mas D’us dará resposta favorável a Faraó.
17 Então, contou Faraó a José: No meu sonho, estava eu de pé na margem do Nilo,
18 e eis que subiam dele sete vacas gordas e formosas à vista e pastavam no carriçal.
19 Após estas subiam outras vacas, fracas, mui feias à vista e magras; nunca vi outras assim disformes, em toda a terra do Egito.
20 E as vacas magras e ruins comiam as primeiras sete gordas;
21 e, depois de as terem engolido, não davam aparência de as terem devorado, pois o seu aspecto continuava ruim como no princípio. Então, acordei.
22 Depois, vi, em meu sonho, que sete espigas saíam da mesma haste, cheias e boas;
23 após elas nasceram sete espigas secas, mirradas e crestadas do vento oriental.
24 As sete espigas mirradas devoravam as sete espigas boas. Contei-o aos magos, mas ninguém houve que mo interpretasse.
25 Então, lhe respondeu José: O sonho de Faraó é apenas um; D’us manifestou a Faraó o que há de fazer.
26 As sete vacas boas serão sete anos; as sete espigas boas, também sete anos; o sonho é um só.
27 As sete vacas magras e feias, que subiam após as primeiras, serão sete anos, bem como as sete espigas mirradas e crestadas do vento oriental serão sete anos de fome.
28 Esta é a palavra, como acabo de dizer a Faraó, que D’us manifestou a Faraó que ele há de fazer.
29 Eis aí vêm sete anos de grande abundância por toda a terra do Egito.
30 Seguir-se-ão sete anos de fome, e toda aquela abundância será esquecida na terra do Egito, e a fome consumirá a terra;
31 e não será lembrada a abundância na terra, em vista da fome que seguirá, porque será gravíssima.
32 O sonho de Faraó foi dúplice, porque a coisa é estabelecida por D’us, e D’us se apressa a fazê-la.
33 Agora, pois, escolha Faraó um homem ajuizado e sábio e o ponha sobre a terra do Egito.
34 Faça isso Faraó, e ponha administradores sobre a terra, e tome a quinta parte dos frutos da terra do Egito nos sete anos de fartura.
35 Ajuntem os administradores toda a colheita dos bons anos que virão, recolham cereal debaixo do poder de Faraó, para mantimento nas cidades, e o guardem.
36 Assim, o mantimento será para abastecer a terra nos sete anos da fome que haverá no Egito; para que a terra não pereça de fome.
37 O conselho foi agradável a Faraó e a todos os seus oficiais.
38 Disse Faraó aos seus oficiais: Acharíamos, porventura, homem como este, em quem há o Espírito de D’us?
39 Depois, disse Faraó a José: Visto que D’us te fez saber tudo isto, ninguém há tão ajuizado e sábio como tu.
40 Administrarás a minha casa, e à tua palavra obedecerá todo o meu povo; somente no trono eu serei maior do que tu.
41 Disse mais Faraó a José: Vês que te faço autoridade sobre toda a terra do Egito.
42 Então, tirou Faraó o seu anel de sinete da mão e o pôs na mão de José, fê-lo vestir roupas de linho fino e lhe pôs ao pescoço um colar de ouro.
43 E fê-lo subir ao seu segundo carro, e clamavam diante dele: Inclinai-vos! Desse modo, o constituiu sobre toda a terra do Egito.
44 Disse ainda Faraó a José: Eu sou Faraó, contudo sem a tua ordem ninguém levantará mão ou pé em toda a terra do Egito.
45 E a José chamou Faraó de Zafenate-Pané ia e lhe deu por mulher a Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om; e percorreu José toda a terra do Egito.
46 Era José da idade de trinta anos quando se apresentou a Faraó, rei do Egito, e andou por toda a terra do Egito.
47 Nos sete anos de fartura a terra produziu abundantemente.
48 E ajuntou José todo o mantimento que houve na terra do Egito durante os sete anos e o guardou nas cidades; o mantimento do campo ao redor de cada cidade foi guardado na mesma cidade.
49 Assim, ajuntou José muitíssimo cereal, como a areia do mar, até perder a conta, porque ia além das medidas.
50 Antes de chegar à fome, nasceram dois filhos a José, os quais lhe deu Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om.
51 José ao primogênito chamou de Manassés, pois disse: D’us me fez esquecer de todos os meus trabalhos e de toda a casa de meu pai.
52 Ao segundo, chamou-lhe Efraim, pois disse: D’us me fez próspero na terra da minha aflição.
53 Passados os sete anos de abundância, que houve na terra do Egito,
54 começaram a vir os sete anos de fome, como José havia predito; e havia fome em todas as terras, mas em toda a terra do Egito havia pão.
55 Sentindo toda a terra do Egito a fome, clamou o povo a Faraó por pão; e Faraó dizia a todos os egípcios: Ide a José; o que ele vos disser fazei.
56 Havendo, pois, fome sobre toda a terra, abriu José todos os celeiros e vendia aos egípcios; porque a fome prevaleceu na terra do Egito.
57 E todas as terras vinham ao Egito, para comprar de José, porque a fome prevaleceu em todo o mundo.

Gn 42
1 Sabedor Jacó de que havia mantimento no Egito, disse a seus filhos: Por que estais aí a olhar uns para os outros?
2 E ajuntou: Tenho ouvido que há cereais no Egito; descei até lá e comprai-nos deles, para que vivamos e não morramos.
3 Então, desceram dez dos irmãos de José, para comprar cereal do Egito.
4 A Benjamim, porém, irmão de José, não enviou Jacó na companhia dos irmãos, porque dizia: Para que não lhe suceda, acaso, algum desastre.
5 Entre os que iam, pois, para lá, foram também os filhos de Israel; porque havia fome na terra de Canaã.
6 José era governador daquela terra; era ele quem vendia a todos os povos da terra; e os irmãos de José vieram e se prostraram rosto em terra, perante ele.
7 Vendo José a seus irmãos, reconheceu-os, porém não se deu a conhecer, e lhes falou asperamente, e lhes perguntou: Donde vindes? Responderam: Da terra de Canaã, para comprar mantimento.
8 José reconheceu os irmãos; porém eles não o reconheceram.
9 Então, se lembrou José dos sonhos que tivera a respeito deles e lhes disse: Vós sois espiões e viestes para ver os pontos fracos da terra.
10 Responderam- lhe: Não, senhor meu; mas vieram os teus servos para comprar mantimento.
11 Somos todos filhos de um mesmo homem; somos homens honestos; os teus servos não são espiões.
12 Ele, porém, lhes respondeu: Nada disso; pelo contrário, viestes para ver os pontos fracos da terra.
13 Eles disseram: Nós, teus servos, somos doze irmãos, filhos de um homem na terra de Canaã; o mais novo está hoje com nosso pai, outro já não existe.
14 Então, lhes falou José: É como já vos disse: sois espiões.
15 Nisto sereis provados: pela vida de Faraó, daqui não saireis, sem que primeiro venha o vosso irmão mais novo.
16 Enviai um dentre vós, que traga vosso irmão; vós ficareis detidos para que sejam provadas as vossas palavras, se há verdade no que dizeis; ou se não, pela vida de Faraó, sois espiões.
17 E os meteu juntos em prisão três dias.
18 Ao terceiro dia, disse-lhes José: Fazei o seguinte e vivereis, pois temo a D’us.
19 Se sois homens honestos, fique detido um de vós na casa da vossa prisão; vós outros ide, levai cereal para suprir a fome das vossas casas.
20 E trazei-me vosso irmão mais novo, com o que serão verificadas as vossas palavras, e não morrereis. E eles se dispuseram a fazê-lo.
21 Então, disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos à angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos; por isso, nos vem esta ansiedade.
22 Respondeu-lhes Rúben: Não vos disse eu: Não pequeis contra o jovem? E não me quisestes ouvir. Pois vedes aí que se requer de nós o seu sangue.
23 Eles, porém, não sabiam que José os entendia, porque lhes falava por intérprete.
24 E, retirando-se deles, chorou; depois, tornando, lhes falou; tomou a Simeão dentre eles e o algemou na presença deles.
25 Ordenou José que lhes enchessem de cereal os sacos, e lhes restituíssem o dinheiro, a cada um no saco de cereal, e os suprissem de comida para o caminho; e assim lhes foi feito.
26 E carregaram o cereal sobre os seus jumentos e partiram dali.
27 Abrindo um deles o saco de cereal, para dar de comer ao seu jumento na estalagem, deu com o dinheiro na boca do saco de cereal.
28 Então, disse aos irmãos: Devolveram o meu dinheiro; aqui está na boca do saco de cereal. Desfaleceu-lhes o coração, e, atemorizados, entreolhavam- se, dizendo: Que é isto que D’us nos fez?
29 E vieram para Jacó, seu pai, na terra de Canaã, e lhe contaram tudo o que lhes acontecera, dizendo:
30 O homem, o senhor da terra, falou conosco asperamente e nos tratou como espiões da terra.
31 Dissemos-lhe: Somos homens honestos; não somos espiões;
32 somos doze irmãos, filhos de um mesmo pai; um já não existe, e o mais novo está hoje com nosso pai na terra de Canaã.
33 Respondeu-nos o homem, o senhor da terra: Nisto conhecerei que sois homens honestos: deixai comigo um de vossos irmãos, tomai o cereal para remediar a fome de vossas casas e parti;
34 trazei-me vosso irmão mais novo; assim saberei que não sois espiões, mas homens honestos. Então, vos entregarei vosso irmão, e negociareis na terra.
35 Aconteceu que, despejando eles os sacos de cereal, eis cada um tinha a sua trouxinha de dinheiro no saco de cereal; e viram as trouxinhas com o dinheiro, eles e seu pai, e temeram.
36 Então, lhes disse Jacó, seu pai: Tendes-me privado de filhos: José já não existe, Simeão não está aqui, e ides levar a Benjamim! Todas estas coisas me sobrevêm.
37 Mas Rúben disse a seu pai: Mata os meus dois filhos, se tu não tornar a trazer; entrega-o, e eu te restituirei.
38 Ele, porém, disse: Meu filho não descerá convosco; seu irmão é morto, e ele ficou só; se lhe sucede algum desastre no caminho por onde fordes, fareis descer minhas cãs com tristeza à sepultura.

Gn 43
1 A fome persistia gravíssima na terra.
2 Tendo eles acabado de consumir o cereal que trouxeram do Egito, disse-lhes seu pai: Voltai, comprai-nos um pouco de mantimento.
3 Mas Judá lhe respondeu: Fortemente nos protestou o homem, dizendo: Não me vereis o rosto, se o vosso irmão não vier convosco.
4 Se resolveres enviar conosco o nosso irmão, desceremos e te compraremos mantimento;
5 se, porém, não o enviares, não desceremos; pois o homem nos disse: Não me vereis o rosto, se o vosso irmão não vier convosco.
6 Disse-lhes Israel: Por que me fizestes esse mal, dando a saber àquele homem que tínheis outro irmão?
7 Responderam eles: O homem nos perguntou particularmente por nós e pela nossa parentela, dizendo: Vive ainda vosso pai? Tendes outro irmão? Respondemos- lhe segundo as suas palavras. Acaso, poderíamos adivinhar que haveria de dizer: Trazei vosso irmão?
8 Com isto disse Judá a Israel, seu pai: Envia o jovem comigo, e nos levantaremos e iremos; para que vivamos e não morramos, nem nós, nem tu, nem os nossos filhinhos.
9 Eu serei responsável por ele, da minha mão o requererás; se eu to não trouxer e não to puser à presença, serei culpado para contigo para sempre.
10 Se não nos tivéssemos demorado já estaríamos, com certeza, de volta segunda vez.
11 Respondeu-lhes Israel, seu pai: Se é tal, fazei, pois, isto: tomai do mais precioso desta terra nos sacos para o mantimento e levai de presente a esse homem: um pouco de bálsamo e um pouco de mel, arômatas e mirra, nozes de pistácia e amêndoas;
12 levai também dinheiro em dobro; e o dinheiro restituído na boca dos sacos de cereal, tornai a levá-lo convosco; pode bem ser que fosse engano.
13 Levai também vosso irmão, levantai-vos e voltai àquele homem.
14 D’us Todo-Poderoso vos dê misericórdia perante o homem, para que vos restitua o vosso outro irmão e deixe vir Benjamim. Quanto a mim, se eu perder os filhos, sem filhos ficarei.
15 Tomaram, pois, os homens os presentes, o dinheiro em dobro e a Benjamim; levantaram-se, desceram ao Egito e se apresentaram perante José.
16 Vendo José a Benjamim com eles, disse ao despenseiro de sua casa: Leva estes homens para casa, mata reses e prepara tudo; pois estes homens comerão comigo ao meio-dia.
17 Fez ele como José lhe ordenara e levou os homens para a casa de José.
18 Os homens tiveram medo, porque foram levados à casa de José; e diziam: É por causa do dinheiro que da outra vez voltou nos sacos de cereal, para nos acusar e arremeter contra nós, escravizar-nos e tomar nossos jumentos.
19 E se chegaram ao mordomo da casa de José, e lhe falaram à porta,
20 e disseram: Ai! senhor meu, já uma vez descemos a comprar mantimento;
21 quando chegamos à estalagem, abrindo os sacos de cereal, eis que o dinheiro de cada um estava na boca do saco de cereal, nosso dinheiro intacto; tornamos a trazê-lo conosco.
22 Trouxemos também outro dinheiro conosco, para comprar mantimento; não sabemos quem tenha posto o nosso dinheiro nos sacos de cereal.
23 Ele disse: Paz seja convosco, não temais; o vosso D’us, e o D’us de vosso pai, vos deu tesouro nos sacos de cereal; o vosso dinheiro me chegou a mim. E lhes trouxe fora a Simeão.
24 Depois, levou o mordomo aqueles homens à casa de José e lhes deu água, e eles lavaram os pés; também deu ração aos seus jumentos.
25 Então, prepararam o presente, para quando José viesse ao meio-dia; pois ouviram que ali haviam de comer.
26 Chegando José a casa, trouxeram-lhe para dentro o presente que tinham em mãos; e prostraram-se perante ele até a terra.
27 Ele lhes perguntou pelo seu bem-estar e disse: Vosso pai, o ancião de quem me falastes, vai bem? Ainda vive?
28 Responderam: Vai bem o teu servo, nosso pai vive ainda; e abaixaram a cabeça e prostraram-se.
29 Levantando José os olhos, viu a Benjamim, seu irmão, filho de sua mãe, e disse: É este o vosso irmão mais novo, de quem me falastes? E acrescentou: D’us te conceda graça, meu filho.
30 José se apressou e procurou onde chorar, porque se movera no seu íntimo, para com seu irmão; entrou na câmara e chorou ali.
31 Depois, lavou o rosto e saiu; conteve-se e disse: Servi a refeição.
32 Serviram-lhe a ele à parte, e a eles também à parte, e à parte aos egípcios que comiam com ele; porque aos egípcios não lhes era lícito comer pão com os hebreus, porquanto é isso abominação para os egípcios.
33 E assentaram-se diante dele, o primogênito segundo a sua primogenitura e o mais novo segundo a sua menoridade; disto os homens se maravilhavam entre si.
34 Então, lhes apresentou as porções que estavam diante dele; a porção de Benjamim era cinco vezes mais do que a de qualquer deles. E eles beberam e se regalaram com ele.

Gn 44
1 Deu José esta ordem ao mordomo de sua casa: Enche de mantimento os sacos que estes homens trouxeram, quanto puderem levar, e põe o dinheiro de cada um na boca do saco de mantimento.
2 O meu copo de prata pô-lo-ás na boca do saco de mantimento do mais novo, com o dinheiro do seu cereal. E assim se fez segundo José dissera.
3 De manhã, quando já claro, despediram-se estes homens, eles com os seus jumentos.
4 Tendo saído eles da cidade, não se havendo ainda distanciado, disse José ao mordomo de sua casa: Levanta-te e segue após esses homens; e, alcançando-os, lhes dirás: Por que pagastes mal por bem?
5 Não é este o copo em que bebe meu senhor? E por meio do qual faz as suas adivinhações? Procedestes mal no que fizestes.
6 E alcançou-os e lhes falou essas palavras.
7 Então, lhe responderam: Por que diz meu senhor tais palavras? Longe estejam teus servos de praticar semelhante coisa.
8 O dinheiro que achamos na boca dos sacos de mantimento, tornamos a trazer-te desde a terra de Canaã; como, pois, furtaríamos da casa do teu senhor prata ou ouro?
9 Aquele dos teus servos, com quem for achado, morra; e nós ainda seremos escravos do meu senhor.
10 Então, lhes respondeu: Seja conforme as vossas palavras; aquele com quem se achar será meu escravo, porém vós sereis inculpados.
11 E se apressaram, e, tendo cada um posto o saco de mantimento em terra, o abriu.
12 O mordomo os examinou, começando do mais velho e acabando no mais novo; e achou-se o copo no saco de mantimento de Benjamim.
13 Então, rasgaram as suas vestes e, carregados de novo os jumentos, tornaram à cidade.
14 E chegou Judá com seus irmãos à casa de José; este ainda estava ali; e prostraram-se em terra diante dele.
15 Disse-lhes José: Que é isso que fizestes? Não sabíeis vós que tal homem como eu é capaz de adivinhar?
16 Então, disse Judá: Que responderemos a meu senhor? Que falaremos? E como nos justificaremos? Achou D’us a iniqüidade de teus servos; eis que somos escravos de meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mão se achou o copo.17 Mas ele disse: Longe de mim que eu tal faça; o homem em cuja mão foi achado


PARASHÁ MIKÊTS U w n

Nesta semana, em função do texto da parashá, temos que ter em mente o extraordinário poder do processo de TIKUN em nossas vidas. O Tikun é a força que nos permite ter o poder de restaurar a Luz nas sefirot de nossa Árvore da Vida e também na humanidade.

Nesta parashá vemos Yossef reunido com seus irmãos. Yossef demonstra atenção especial para seu irmão Biniamin Os antigos nos ensinam que o valor numérico de "Biniamin" (onipa) da palavra hebraica para "orifício" (nekev = 152) para os cabalistas, este orifício é a fenda por onde se conecta o mundo físico com o mundo espiritual. Considerando que os demais irmãos representam os vários aspectos das nossas midot (atributos) que estabelecemos por intermédio das mazalot (energias astrológicas) que influenciam os nossos sentidos comuns, Yossef representa a consciência espiritual, e Biniamin a conexão que se pode estabelecer entre a consciência infinita e as forças que se encontram presentes no mundo finito (físico).

“E a vosso irmão, o caçula, trazei-o a mim e serão acreditadas vossas palavras, e então não morrereis. E fizeram assim”. Gn: 42:20


Os Sábios de nossa tradição, nos ensinam também que por intermédio das palavras pronunciadas nas datas sagradas e nas "fendas" do tempo que nos conectam ao Mundo Infinito, podemos construir escadas que nos conduzem à "adesão" (DEVEKUT) e à "imortalidade" (OLAM HABÁ).

Outro indício de que Biniamin representa este elo entre o mundo físico e o mundo espiritual é justamente pelo fato do Templo ter sido construído no território destinado a Biniamin, e nossos Sábios sabem que o Templo era uma ponte direta com o extra físico. Sendo assim, os 12 filhos de Yaacov representam a retificação de nosso acesso a Shechiná no mundo. Assim como nesta parashá o processo de tikun (correção de erros passados) entre os irmãos se estabelece, temos a grande oportunidade de também restaurar os níveis reais de consciência espiritual encontrado no mundo físico. Para os cabalistas, ao longo do processo de nossas vidas e das "rodas" repetidas de nossos erros robóticos; criamos uma deficiência entre o nosso nível de consciência espiritual (Yossef) e o nosso nível de consciência física (os irmãos de Yossef). Este processo de consciência robótica é o que os cabalistas chamam de consciência linear.

Para que haja este processo de tikun é necessário que possamos romper com os aspectos limitados desta mente linear. A mente racional linear não é a mente verdadeira. Nada acontece no mundo físico sem que haja uma atividade prévia no plano metafísico. A percepção linear da realidade é a causa do mal, pois nos lança ao Olam Tohú (Consciência Caótica), mais pela perspectiva positiva e infinita da consciência espiritual, a linearidade do tempo e do espaço são ilusões. O grande paradoxo é que a linearidade, a ilusão negativa é o nosso único vínculo com a realidade positiva de Or Ein Soph (Luz do Mundo Infinito). As ilusões são impedimentos essenciais para a percepção. As palavras são ilusões, mais podem revelar a verdade. Os livros são ilusões – letras, orações, parágrafos –, são canais, mais possuem a capacidade de despertar nossa curiosidade, de afinar nosso intelecto, e o que é mais importante, de nos conduzir a um estado superior de consciência e a uma maior percepção de nós mesmo. A música é uma ilusão, mas as emoções que podem despertar são verdadeiras. Nossos corpos são ilusões, mais por intermédio das inteligências localizadas na néfesh do corpo podemos atingir a dimensão do Infinito. A totalidade deste mundo é uma ilusão mais possuem um aspecto oculto da realidade. A tarefa do cabalista é aspirar e em última instância conectar-se com a face Infinita que se encontra oculta no mundo físico.

Assim sendo o calendário do cabalistas e suas datas sagradas seriam como "defeitos", "brechas" e fendas para que venhamos a abrir caminhos que ligariam mais amplamente o mundo físico com o Mundo Infinito. Estas "fendas" seriam como uma linha de contração que perpassa todos os círculos (das sefirót). Só há uma forma de revelar o Fluxo contínuo da Luz do Mundo Infinito – através da restrição que se possa fazer nestas fendas. Por intermédio da resistência podemos atuar como um filamento, um receptor que contém e revela o Or Ein Soph que permanece naturalmente oculto. E ao fazermos isso podemos estender a Luz do Mundo Infinito sobre a humanidade e também sobre nossas vidas. A linearidade, então é a ruína da humanidade, mais é também a nossa única fonte de acesso ao mundo espiritual, pois somente por intermédio da resistência na linearidade é que podemos fazer surgir às ondas de tikun (correção) da Árvore da Vida.
O Criador está aqui, os tzadikim, os sábios. Os Mundos Superiores estão aqui assim como os mundos inferiores. O negativo se encontra entrelaçado com o positivo, o baixo com o elevado, o leve com o denso, o bom com o mal. A Luz está aqui em toda a sua Glória Infinita, mais deve permanecer oculta ao nosso aspecto finito, pois este foi um pré-requisito para a nossa existência. A Realidade (Olam Tikun) está aqui e agora, dentro e fora de nós, mais oculta pelo espaço e pelo tempo. Mas por que Yossef e seus irmãos precisam de tantos obstáculos até que a retificação entre eles seja efetuada?

Aprendemos que nenhuma energia positiva se revela neste mundo ilusório sem a força da restrição (resistência) , cuja energia-inteligência é "contração". Nenhuma luz, nenhum som, nenhum pensamento, nenhuma palavra, nenhuma ação – nada se revela neste mundo de ilusão sem que haja resistência. Não é possível revelar o positivo sem o negativo, a Luz necessita da obscuridade para se revelar. A Luz do Mundo Infinito está em toda parte, repartindo constantemente sua bênção Infinita. É unicamente da perspectiva finita que a Luz parece estar oculta. E assim como Yossef conscientemente impõe restrições aos seus irmãos, o cabalista sabe que devemos utilizar a resistência voluntária para retirar os véus da ilusão da consciência finita. E assim, descobrir que a obscuridade que se encontra no mundo físico é uma ilusão e toda perda é apenas passageira.

“E a fome era forte na terra”. Gn: 43:1

“Mas quando acabaram de comer o alimento que trouxeram de Mitzraim (limite), seu pai disse-lhes: Voltai e comprai um pouco de alimento para nós”. Gn: 43:2

Para nossos Sábios as "fendas" no tempo são meios pelos quais nos abastecemos de energia espiritual e eliminamos o caos (fome) em nossas vidas e também "sobre a terra". Para a Cabalá as conexões que estabelecemos (juntos com suas palavras) representam a fonte de toda e qualquer forma de milagre em nossa vida.

"Veio Rav Abá até ele, e lhe disse: Diga-me, quais são os teus atos, pois o Kadosh Baruch Hute fez milagres e não foi de graça." Zohar – Miketz

Chanuca Sameach!




PARASHÁ MIKÊTS U w n

Bereshit 41:1 - 44:17


Mikêts inicia-se com o famoso sonho do faraó sobre sete vacas esqueléticas devorando sete vacas gordas, seguido por sete magras espigas de cereal devorando sete espigas saudáveis.

Quando seus conselheiros e necromantes foram incapazes de resolver adequadamente a intrigante charada, o faraó chamou Yossef, que havia estado na prisão por um total de sete anos, para interpretar seus sonhos. Creditando seu poder de interpretação unicamente a D'us, Yossef diz ao faraó que, após viverem sete anos de extraordinária abundância nas colheitas, o Egito será assolado por sete anos de uma escassez devastadora.

Yossef aconselha o faraó a procurar um homem sábio para presidir a coleta e o armazenamento de grande quantidade de alimentos durante os anos de fartura. Impressionado pela brilhante interpretação, o faraó designa Yossef para ser o vice-rei do Egito, fazendo dele o segundo homem na hierarquia do país.

A mulher de Yossef, Asnat, dá luz a dois filhos, Menashê e Efraim, e os anos de fartura e escassez acontecem como Yossef havia predito. Com a fome abatendo também na terra de Canaan, os irmãos de Yossef vão ao Egito para comprar alimentos. Como não reconhecem seu renomado irmão, Yossef põe em ação um plano para determinar se eles se arrependeram totalmente pelo pecado de tê-lo vendido quase vinte anos atrás.

Yossef age com indiferença e os acusa de serem espiões, mantendo Shimeon como refém, enquanto o restante dos irmãos retorna com os alimentos para Canaan. Yossef, ainda não sendo reconhecido, conta-lhes que Shimeon será libertado apenas quando retornarem ao Egito com o irmão mais novo. Relutante a princípio, mas confrontado pela escassez crescente, Yaacov finalmente concorda em permitir aos filhos que levem Binyamin com eles. Ao chegarem ao Egito, Yossef testa ainda mais os irmãos, tratando bem a todos, mas mostrando um grande favoritismo por Binyamin.

Quando os irmãos finalmente voltam para casa com os baús repletos de cereais, Yossef esconde sua taça na sacola de Binyamin e este é acusado de ter roubado o precioso objeto. A porção termina com a ameaça pendente de que Binyamin será feito escravo do governante egípcio.

Mensagem da Parashá:

Ao descrever os talos saudáveis no "sonho do trigo" do faraó, diz a Torá: "E vejam, havia sete sadias e boas espigas de grão crescendo num único talo" Gn: 41:5.

É interessante notar que a respeito das magras espigas de grão, a Torá não menciona que cresciam num único talo. Não parece provável que esta diferença fosse inconsequente, pois sabemos que cada detalhe mencionado na Torá é importante e não deve ser deixado de lado. Assim, permanece a dúvida: por que a Torá descreve as boas espigas como crescendo em um só talo e omite este detalhe a respeito das espigas doentes?

O Otzar Chaim propõe uma solução engenhosa para esta discrepância. Explica que podemos, de fato, aprender uma importante lição desta diferença na descrição: que aquilo que é bom e significativo tende a se fundir e ficar junto. Entretanto, aquilo que é mau e sem propósito não pode tolerar a harmonia e a concordância. Por esta razão, as espigas boas e saudáveis cresciam em um único talo. Devido à boa e pura disposição das espigas, era natural que se unissem para crescer em um só talo. Por outro lado, as espigas mirradas e doentes, naturalmente mostrando desarmonia, "escolheram" crescer em talos diferentes, porque na verdade, qualquer união do mal é apenas para o avanço das necessidades e desejos individuais.

É interessante notar que, quando alguém pesquisa o passado dentro de alguns milhares de anos da história judaica, percebe que esta mensagem é especialmente verdadeira. O povo judeu jamais representou mais que uma ínfima fração da população mundial. Apesar disso, o povo judeu permaneceu, tem sobrevivido, e continua a ser ouvido neste mundo. Como isto é possível?

A lógica diria que o povo judeu, com todas as provações e sofrimentos destes anos, deveria ter desaparecido há muito. Mais especificamente, encontramos na história judaica casos de pequenos grupos de judeus enfrentando inimigos maiores e mais fortes. Mesmo assim, o povo sempre emerge vitorioso.

Poucos judeus derrotando um numeroso inimigo pode ser encontrado na história de Chanucá. Um pequeno número de soldados judeus levantou-se em rebelião contra o poderoso exército grego e conseguiu expulsá-los da Judéia. Este feito milagroso, provavelmente mais que qualquer outro evento, serve como um microcosmo da história judaica. Onde, então, está o segredo de nosso sucesso?

Poderia parecer que a resposta se encontra nos conceitos acima mencionados. Quando um número de indivíduos se reúne para fazer o bem, naturalmente formarão um grupo coeso. Na história de Chanucá, a missão de restaurar a ordem e a paz no Templo Sagrado e na terra da Judéia levou à formação de um grupo unido. E como diz um velho adágio, "cinco palitos unidos são mais fortes que dez palitos separados".

Os Macabeus, reunidos com o propósito do bem, puderam derrotar o exército grego que era composto simplesmente por indivíduos, cada um procurando realizar seus próprios desejos. Ocorre o mesmo com a nação judaica como um todo. Quando empreendemos uma missão sagrada, instintivamente formamos uma força invencível que nos possibilitam sobrepujar nossos adversários. Este é o segredo de nosso sucesso.

Não é minha intenção diminuir a natureza miraculosa da vitória dos Macabeus. Não há dúvida de que a derrota dos gregos não teria acontecido sem a intervenção Divina. Estou apenas propondo o meio através do qual ocorreu o milagre. Por isso, entre as outras lições de Chanucá, podemos também extrair este importante ensinamento da Festa das Luzes.

Ao acendermos a Menorá e avistarmos todas as velas acesas - e percebermos, que embora cada vela individual emite apenas um pequeno brilho, todas as velas juntas formam uma espetacular exibição de fogo e luz - podemos então lembrar a mensagem de Chanucá: a sobrevivência do povo judeu.

O Faraó tem sonhos estranhos:

Após Yossef ter permanecido na prisão por doze anos, D'us decidiu: "Vou pô-lo em liberdade agora." Por isso, D'us fez com que o Faraó tivesse pesadelos à noite.

Vocês sabem o que o Faraó sonhou?

Ele estava no rio Nilo. Sete vacas estavam saindo do rio. Eram gordas e bem alimentadas. Em seguida, saíram do rio mais sete vacas. Mas estas eram totalmente diferentes! Eram magras e esfomeadas.

O sonho continuou. As sete vacas magras e esfomeadas abriram suas bocas e engoliram as sete vacas gordas e sadias. Não sobrou nada delas; porém, as vacas magras não ficaram mais gordas depois de comerem as vacas sadias.

Na verdade, era um sonho estranho, mas o Faraó não teve tempo de pensar sobre ele quando acordou, pois adormeceu novamente e sonhou de novo.

Sete lindas e grandes espigas de trigo estavam saindo de uma haste. Cada caroço era grande e cheio.

De repente, o Faraó viu mais sete espigas brotando, mas eram diferentes: elas cresciam em sete hastes separadas ao invés de uma só. Além disso, cada espiga era tão fina e murcha que dava pena.

E as sete espigas de trigo, finas e murchas, abocanharam as sete espigas grandes e cheias.

Yossef é chamado.

Vocês podem imaginar o estado do Faraó quando ele acordou? O que poderiam significar estes sonhos tão estranhos?

O Faraó ordenou que todos os seus sábios e mágicos se reunissem no palácio.

"Expliquem-me os meus sonhos," ordenou.

Os mágicos tinham muitas idéias originais, cada um tinha uma explicação diferente para os sonhos do Faraó. Um deles disse:

"É muito claro, meu Faraó, que tenhas sonhado com sete vacas gordas e sadias, porque tua mulher dará à luz sete filhas. Em seguida, vistes as sete vacas sadias serem engolidas porque, ai de mim, todas tuas sete filhas morrerão."

Um outro continuou:

"E vistes sete lindas espigas de trigo porque vais conquistar sete países. Sete espigas magras engoliram as boas, significando que, mais tarde, perderás estes sete países."

Mas o Faraó não estava satisfeito. Seus mágicos sabiam como explicar o número "sete", mas por que tinha ele visto sete vacas saindo do rio e sete espigas de trigo ao invés de sete cães ou sete árvores, ou qualquer outro objeto? Seus mágicos não tinham respostas para suas perguntas.

"Não há ninguém aqui que possa explicar corretamente meu sonho?" - gritou o Faraó.

De repente, o adegueiro pensou num homem que sabia como explicar sonhos. Yossef! E exclamou:

"Eu conheço o homem certo! Uma vez, ele explicou dois sonhos e os dois se realizaram. Mas este homem está na prisão."

"Traga-o aqui imediatamente!" - ordenou o Faraó.

Um mensageiro correu rápido para a prisão. O cabelo de Yossef foi aparado e sua roupa trocada para que ficasse apresentável perante o Faraó. E ele foi levado para o palácio.

"Ouvi dizer que sabes como explicar sonhos," cumprimentou o Faraó a Yossef. Yossef respondeu:

"Nenhum homem pode saber o verdadeiro significado dos sonhos; somente D'us sabe. D'us pode revelar para mim a verdadeira explicação de seus sonhos."

Yossef não ficou orgulhoso quando o Faraó o chamou diante de si. Ele não tinha a pretensão de saber como explicar um sonho.

Uma história: Rabi Akiva e o pobre homem rico.

Certa vez, Rabi Akiva queria vender uma pérola. Procurou um comprador que lhe oferecesse um valor alto, porque a pérola era tão linda que era difícil encontrar outra igual. No mercado, todos souberam que Rabi Akiva tinha uma pérola rara e linda para vender.

Um dia, quando Rabi Akiva passou pela sinagoga, um homem com roupas esfarrapadas e rasgadas se ergueu do banco onde se sentavam os mendigos e disse para o Rabi:

"Soube de sua pérola e vou lhe pagar o preço que pede."

Rabi Akiva olhou espantado para o homem pobre. Como ele poderia ter dinheiro suficiente para comprar uma pérola tão cara? Seria um trapaceiro? Ou estaria apenas fazendo uma brincadeira?

Mas o homem pediu a Rabi Akiva que fosse a sua casa. Ele lhe pagaria lá. O homem conduziu Rabi Akiva até a casa. Não era uma choupana, mas uma linda mansão, onde apareceram criados bem vestidos que ofereceram uma refeição para Rabi Akiva e seus alunos.

O "pobre" homem trouxe ouro e pagou a Rabi Akiva o preço total. E ordenou a um criado que guardasse a pérola num lugar seguro onde ele guardava mais seis pérolas iguais.

"Se és tão rico," perguntou Rabi Akiva ao homem, "por que usas roupas de pobre? E por que sentas no banco dos mendigos da sinagoga?"

"Rabi," explicou o homem, "a vida de um homem não é curta? Em breve, estarei na sepultura. Para lembrar a mim mesmo que não vou ter minhas riquezas para sempre, sento-me com as pessoas pobres. Deste modo, não fico orgulhoso por causa da fortuna que D'us me deu. E também há outra vantagem em sentar entre os pobres. Se alguma vez perder minha fortuna, não ficarei aborrecido, porque sei que um mendigo e um homem rico são iguais, como se diz, 'Não fomos todos criados por um Pai e um D'us?' Eu sei que D'us odeia as pessoas orgulhosas. "

Quando Rabi Akiva ouviu isso, elogiou o homem.

"Eu gostaria que todas as pessoas ricas tirassem um exemplo de sua humildade!" - exclamou ele.

Yossef explica os sonhos:

Yossef escutou com atenção enquanto o Faraó relatava seus sonhos.

D'us deu para Yossef Ruach Hacôdesh (espírito da profecia) e ele compreendeu o verdadeiro significado dos sonhos. Yossef explicou para o Faraó:

"Os seus dois sonhos - aquele que se refere às vacas e o que se refere às espigas de trigo - predizem o mesmo acontecimento. Nos próximos sete anos, D'us dará ao Egito comida em abundância. Haverá mais produção nos sete anos de abundância do que o povo poderá comer. Estes sete anos bons são representados, nos seus sonhos, pelas sete vacas gordas e pelas espigas grandes de trigo."

"Depois destes sete anos de fartura, porém, virá uma terrível fome. Por isso, D'us lhe mostrou as sete vacas magras e esfomeadas e as sete espigas de trigo murchas. As vacas magras devoraram as gordas e as espigas murchas engoliram as cheias porque os anos de fome serão tão terríveis que as pessoas esquecerão os anos bons."

A explicação de Yossef fazia sentido para o Faraó. Um sonho em que o Nilo que regava a terra tinha a ver com comida. As vacas que pastavam nos campos também dependiam do Nilo e as espigas de trigo eram a comida. Na explicação de Yossef, tudo se encaixava.
O Midrash explica: A fome que foi diminuída

Na realidade, quantos anos de fome tinha D'us planejado trazer para o Egito? A resposta é: 42 anos.

Sabemos disto pelo fato de que a Torá repete os sonhos do Faraó seis vezes:

1. O Faraó sonhou que sete vacas magras emergiram do Nilo.

2. O Faraó sonhou que sete espigas de trigo murchas cresceram.

3. O Faraó disse para Yossef: "Vi sete vacas magras saindo do rio."

4. O Faraó disse para Yossef: "Vi sete espigas de trigo murchas."

5. Yossef explicou ao Faraó: "As sete vacas magras fazem alusão aos sete anos de fome."

6. Yossef explicou ao Faraó: "As sete espigas murchas de trigo fazem alusão à mesma coisa: sete anos de fome."

A Torá nos fala seis vezes sobre os sete anos de fome para insinuar que, na realidade, D'us planejou quarenta e dois anos de fome para o Egito. Mas Yossef rezou:

"Por favor, D'us, traga somente sete anos de fome!"

D'us aceitou a reza do Tsadic (justo) e reduziu a fome para sete anos.

Quando Yaacov foi para o Egito depois de dois anos de fome, ele abençoou o Faraó:

"Possa D'us cessar a fome."

D'us realizou a bênção de Yaacov e a fome terminou. Por causa dos dois Tsadikim (justos), a fome foi reduzida de quarenta e dois anos para dois.



Yossef se torna governante.

Yossef disse para o Faraó:

"Não tenhas medo da fome. Por que D'us te mostrou estes sonhos? Para preveni-lo de que deves se preparar com antecedência para os anos de fome. Então o país não passará fome. "Nomeia um homem sensato para reunir todo o alimento a mais nos anos de abundância. Ele irá armazená-lo e distribuí-lo nos anos de fome que virão. Deste modo, todos terão alimento."

O Faraó ficou muito satisfeito com o sábio conselho de Yossef e disse para seus ministros:

"Alguma vez, vocês viram um homem como Yossef, que tem o entendimento de D'us? Ele é o homem mais sábio do país, assim vou encarregá-lo de reunir e armazenar os alimentos nos anos de abundância."

O Faraó tirou seu anel e o colocou no dedo de Yossef:

"Com isto, eu te nomeio governante do Egito," disse. "Somente eu, o Faraó, estou acima de ti. A não ser eu, todos no país devem te obedecer."

O Faraó chamou Yossef por um novo nome, Tsofnat Paneach, que quer dizer, "O Revelador de Segredos," porque Yossef foi capaz de explicar os segredos dos sonhos do Faraó.

O Faraó ordenou a Yossef que se casasse. D'us fez com que Yossef encontrasse uma esposa vinda da família de Yaacov. Seu nome era Asnat.

Asnat deu-lhe dois filhos. Ao mais velho, deu o nome de Menashê e ao mais novo, Efrayim.

O que aconteceu nos anos de fome.

Os sonhos do Faraó aconteceram exatamente como Yossef havia previsto.

Durante os anos de produção farta, Yossef reuniu toneladas de alimentos, colocando-os em armazéns especiais.

Sete anos depois, começou a fome. Nenhuma espiga cresceu. Todos os alimentos que os egípcios puseram em armazéns particulares se estragaram, mas não aqueles armazenados por Yossef. Todos os egípcios foram forçados a comprar alimentos de Yossef.

Yaacov manda dez filhos para o Egito.

Os países ao redor do Egito também sofreram com a fome. Na casa de Yaacov, na Terra de Canaã, não havia sobrado muita comida.

Yaacov disse a seus filhos:

"Ouvi, de pessoas que voltam do Egito que naquele país há bastantes grãos para vender. Quero que vocês viajem para o Egito e comprem comida para nós. Binyamin, porém, não irá com vocês. Ele é o único filho que me resta da minha querida esposa Rachel e tenho medo que alguma desgraça possa acontecer a ele na viagem."

Yossef age como um estranho com seus irmãos.

Yossef sabia que, mais dia, menos dia, seus irmãos viriam ao Egito comprar comida. Emitiu uma ordem aos guardas de todos os portões da capital do Egito, "Anotem o nome de todos que entrarem na cidade e me mostrem a lista todas as noites."

Uma noite, Yossef encontrou na lista dos que chegaram ao Egito dez nomes familiares. Mas cada nome da lista era de um portão diferente:

Reuven, filho de Yaacov
Shimon, filho de Yaacov
Levi, filho de Yaacov
Yehudá, filho de Yaacov
Yissachar, filho de Yaacov
Zevulun, filho de Yaacov
Dan, filho de Yaacov
Naftali, filho de Yaacov
Gad, filho de Yaacov
Asher, filho de Yaacov

Finalmente seus irmãos chegaram! Mas onde estava Binyamin? 'Está faltando seu nome na lista,' pensou Yossef. Será que meus irmãos também o venderam? Será que eles também o odeiam como odiavam a mim?'

Yossef ordenou a seus criados:

"Tragam estes homens diante de mim."

Quando os irmãos apareceram, Yossef os reconheceu, mas eles não o reconheceram. Yossef pensou que se lhes dissesse: "Eu sou Yossef," eles ainda podiam odiá-lo e rejeitá-lo. Yossef decidiu. "Vou testá-los primeiro para ver se eles estão ou não arrependidos de terem me vendido."

Os irmãos se curvaram diante do governante egípcio e Yossef se lembrou de seus sonhos e pensou: "Sonhei que Binyamin também se curvaria perante mim e mais tarde meu pai também. Mas por que Binyamin não está aqui? Preciso descobrir."

Yossef se dirigiu a seus irmãos com severidade:

"Soube que todos vocês entraram na cidade por portões diferentes," disse-lhes. "Somente espiões agem assim. Vocês vieram por caminhos diferentes para descobrir os segredos do Egito. Vocês são um grupo de espiões."

Os filhos de Yaacov protestaram.

"Não, somos todos irmãos! Nosso pai recomendou para entrar por portões diferentes ao invés de por um único. Ele tinha medo que as pessoas fossem ficar com inveja e desejar o mal se vissem dez irmãos juntos, belos e fortes. Na verdade, somos doze irmãos, mas o mais novo ficou em casa e um outro está perdido no Egito. Estávamos procurando por ele na cidade, não somos espiões."


Yossef respondeu asperamente:

"Não acredito em vocês! Vocês são um grupo de espiões. Se querem provar que estão dizendo a verdade, mandem um de vocês para casa para trazer seu irmão mais novo. Enquanto isto, o resto ficará prisioneiro."

Para provar que falava a sério, Yossef colocou os dez irmãos na prisão por três dias. Quando os soltou, ordenou:

"Agora vão para casa e levem comida para suas famílias. Mas guardem minhas palavras, na próxima vez que vierem, tragam seu irmão mais novo e então acreditarei em suas desculpas. Caso contrário, mandarei matá-los como espiões".

Os irmãos ficaram assustadíssimos pela inesperada aspereza do governante egípcio. Disseram um ao outro em hebraico: "Por que D'us trouxe esta desgraça sobre nós? Certamente está nos castigando porque não tivemos piedade de Yossef quando nos implorou para não vendê-lo."

Reuven repreendeu os outros:

"Eu não disse que Yossef agia como criança? Ele não merecia ser vendido como escravo. Vocês deveriam ter sido mais brandos com ele."

Os irmãos pensavam que o governante egípcio não entendia hebraico. Toda vez que os irmão falavam com ele, Yossef pedia que suas palavras fossem traduzidas para o egípcio, pois não queria que os irmãos soubessem que ele entendia hebraico.

Mas, naturalmente, Yossef entendia tudo o que eles diziam. Ele se virou e começou a chorar pois estava com pena de seu sofrimento. Mas decidiu que ainda não era hora de dizer-lhes que era Yossef. Disse aos irmãos:

"Vou reter um de vocês, Shimon, aqui na prisão, até ver vocês de volta com seu irmão mais novo."

Os irmãos pedem para Yaacov deixar Binyamin viajar com eles

Antes dos irmãos saírem, Yossef ordenou a seu filho Menashê:

"Quando você encher os sacos destes homens com grãos, ponha de volta o dinheiro que trouxeram para pagar a comida."

Mais tarde, os irmãos descobriram que o dinheiro foi devolvido a seus sacos. Eles tremeram. Por que o governante teria feito isto? Eles disseram a seu pai Yaacov:

"O governante egípcio foi muito severo. Acusou-nos: 'Vocês são espiões!” Nós negamos, mas ele disse: “Só vou acreditar se trouxerem seu irmão mais novo.”

"O que vocês me fizeram?" - gritou Yaacov. "Primeiro Yossef desapareceu. Depois, Shimon está preso no Egito. E agora vocês querem levar Binyamin também. Não permitirei."

Os irmãos ficaram sem resposta. Mas quando sua reserva de comida estava quase no fim, Yehudá mostrou a Yaacov:

"Pai, você quer deixar todos nós morrermos de fome? Não temos escolha, temos de voltar ao Egito para comprar comida. Fico responsável por Binyamin. Garanto trazê-lo de volta."

Com um peso no coração, Yaacov disse a seus filhos:

"Uma vez que não há outra saída, levem Binyamin com vocês. Devolvam para o egípcio o dinheiro que vocês acharam nos sacos e levem-lhe um presente."

Os irmãos são convidados ao palácio de Yossef.

Quando os irmãos voltaram para a capital do Egito e foram ao palácio do governante com Binyamin, eles o viram e se curvaram perante ele. O primeiro sonho de Yossef se concretizou: todos seus irmãos se curvaram diante dele. Ele disse aos servos para dizer-lhes que Tsofnat Paneach (como Yossef era chamado) estava convidando a todos para uma refeição. Isto assustou os irmãos. Será que o egípcio acharia uma nova desculpa para castigá-los?

Quando os irmãos foram mandados entrar na sala de jantar, Yossef disse-lhes palavras amigáveis, especialmente para Binyamin, seu irmão mais novo. Antes de começarem a refeição, mostrou-lhes seu copo:

"Posso fazer truques com este copo. Com a ajuda dele posso sentar vocês à mesa na ordem certa."

Yossef deu um tapinha em seu copo e exclamou:

"Reuven, Shimon, Levi, Yehudá, Yissachar e Zevulun - todos são filhos de uma mesma mãe, sentem-se juntos. Dan e Naftali sentem-se juntos por terem a mesma mãe. Gad e Asher, fiquem juntos. A mãe de Binyamin não vive mais e nem a minha, então ele sentará comigo."

Os irmãos ficaram assombrados com a "mágica" do Tsofnat Paneach. Isto era exatamente o que Yossef queria. Não queria que eles suspeitassem de sua identidade e agiu como um mágico egípcio.

O copo de Yossef é achado na sacola de Binyamin.

Antes dos irmãos saírem, Yossef ordenou a seu filho Menashê:

"Encha seus sacos com comida." E acrescentou, quando ninguém mais ouviu: "Também esconda meu copo no saco de Binyamin."

Pouco depois, Yossef ordenou a seu filho Menashê:

"Corra atrás dos irmãos! Acuse-os de terem roubado meu copo."

Menashê cavalgou atrás dos irmãos e os alcançou. Ele os acusou:

"Demos por falta do copo mágico do governante. Um de vocês o roubou."

Os irmãos responderam:

"Nós não o roubamos! Você não sabe que até devolvemos o dinheiro que encontramos em nossas sacolas quando voltamos para casa da primeira vez?"

Menashê respondeu:

"Contudo, tenho ordens de procurar em todos os seus pertences."

Os irmãos descarregaram todas as sacolas e as abriram. Menashê procurou e o que ele tirou da sacola de Binyamin? O copo mágico de Yossef.

Os irmãos ficaram chocados! Como o copo do governante fora parar na sacola de Binyamin? Este lhes assegurou:

"Eu não peguei o copo. Esta é mais uma conspiração mesquinha do egípcio para nos castigar."

Menashê disse aos irmãos que deveriam voltar com ele para o palácio para serem julgados pelo governante pelo seu crime. Os irmãos não tiveram outra escolha senão obedecer e voltaram ao Egito com Menashê.

Quando estavam novamente diante de Yossef, este os censurou.

"O que vocês fizeram? Vou ficar com o ladrão como meu escravo. Vocês todos podem ir para casa."

Por que Yossef fez esta encenação com os irmãos?
Yossef queria fazer um teste com eles: Será que eles concordariam em deixar Binyamin para trás como escravo sem o ajudar, tal e qual fizeram com Yossef? Ou eles se levantariam para defender Binyamin? Então ele saberia que eles tinham caráter e não eram maus. E ele se revelaria para eles como Yossef

TEHILIM 40

Ao mestre do canto, um salmo de David. No Eterno depositei minha esperança e Ele para mim Se inclinou, e minha prece ouviu. Salvou-me do abismo e do lamaçal; sobre uma rocha me postou e orientou meus passos. Em minha boca pôs uma nova canção, um cântico de louvor a meu D’us; possam muitos compreender o que aconteceu e adquirirão confiança e temor no Eterno. Bem-aventurado é aquele que no Eterno deposita a sua confiança, e que não se volta para os soberbos nem para os que propagam mentiras. Ó Eterno, quanto fizeste! Desígnios e atos plenos de maravilhas, a nós dedicastes que, de tal forma, ninguém a Ti se pode comparar. Eu os relataria por toda parte, não fossem eles tão numerosos! Fizeste-me compreender que nem oferendas e nem sacrifícios desejaste; não requereste de mim sacrifícios para remir meus pecados. Proclamei então: “Vê, trarei um pergaminho, narrando o que me aconteceu.” Sempre almejei cumprir Tua vontade, e Tua Torá está no íntimo de meu ser. Às multidões anunciei Teus atos de justiça, pois não se puderam conter meus lábios, como Tu sabes, ó Eterno. Não guardei só em meu coração o louvor de Tua justiça; Tua salvação e fidelidade proclamei; da multidão não escondi Tua benevolência e Tua verdade. Sei que não me negarás Tua misericórdia; Tua proteção dedicada guardar-me-á continuamente. Porque infindáveis males me acometem, alcançaram-me minhas iniqüidades e me tolheram a visão; são mais numerosas que os cabelos da minha cabeça e fizeram desfalecer meu coração. Não tardes em salvar-me, ó Eterno; apressa-Te em meu socorro, ó Eterno. Que sejam humilhados e frustrados os que tentam destruir minha alma e recuem desonrados os que querem o meu mal. Recuem envergonhados e se sintam desolados os que zombam de mim. Regozijar-se-ão e se alegrarão, porém, aqueles que Te buscam, e Te exaltarão os que se comprazem com Tua redenção. Quanto a mim, sou desvalido e pobre. Ó Eterno, não desvies de mim Teu pensamento, pois Tu és meu escudo e minha proteção; não tardes, ó Eterno, D’us meu

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