domingo, 24 de fevereiro de 2008

PARASHÁ KI TISSÁ `y z ik
Shemot: 30:11 - 34:35
A leitura desta semana, Ki Tissá, fala sobre o pecado do bezerro de ouro, e a haftará, que ressoa a mensagem da leitura da Torá, relata o confronto entre o profeta Eliáhu e profetas da falsa deidade, Baal.
Naquela época, a maioria dos judeus idolatrava o Baal. Entretanto, eles não renunciaram por completo à sua ligação com a herança judaica. Ao invés disso, eles alternavam estas duas formas de culto, por vezes seguindo as orientações da Torá, e, outras ocasiões, revertendo ao paganismo.
O profeta Eliáhu repreendeu o povo: "Por quanto tempo vocês ficarão em cima do muro? Se D’us é o Senhor, sigam-No, e se é Baal, então sigam a ele."
O povo permaneceu em silêncio, e, então, Eliáhu lhe propôs um teste. Os profetas de Baal ofereceriam um touro a Baal, enquanto Eliáhu ofereceria um touro a D’us. Não seria aceso nenhum fogo sob cada sacrifício. O touro sobre qual descesse um fogo dos Céus seria aceito.
O povo e os profetas de Baal concordaram com o teste, e os dois touros foram sacrificados. Os profetas de Baal se sentiram desamparados, visto que não tiveram resposta a suas invocações. E quando Eliáhu pediu a D’us uma resposta, um fogo intenso desceu dos Céus. Quando o povo viu este milagre, proclamou em uma única voz: "D’us é o Senhor."
O desafio que Eliáhu propôs ao povo judeu merece consideração: Como ele pôde ter lhe dito "Se é Baal, então sigam Baal?" Aparentemente, é melhor para uma pessoa ficar "em cima do muro" do que servir completamente a Baal. Com certeza, ficar sobre o muro não é uma posição desejável, mas para alguém que não está preparado a assumir um compromisso, ela apresenta certas vantagens. Ele não abandonou por completo o Judaísmo. A porta está aberta para ele a qualquer hora, e ele, às vezes, até entra. Por que Eliáhu diz a alguém assim para seguir Baal?
Existem desvantagens muito grandes em se permanecer em cima do muro, e foi isto que motivou a declaração de Eliáhu. Primeiramente, a
pessoa que está em cima do muro terá dificuldade em assumir um compromisso sincero com o Judaísmo. Quando alguém serve a Baal de todo coração, ele está cometendo um grave erro, porém ele é sincero em sua busca espiritual. E, assim, existe a chance de que, em algum momento, ele perceba que está desorientado em seu serviço e busque alternativas.
Quando, no entanto, a pessoa permanece em cima do muro, ela não leva nenhuma das duas possibilidades a sério. Fosse ela sincera em servir a D’us ou a Baal, ela veria que o culto a ambos não pode se misturar. Mas porque falta sinceridade a esta pessoa, será difícil ela entender o seu erro. Ela tende a permanecer em cima do muro para sempre.
Outra dificuldade que surge é a imagem que a pessoa passa aos outros. Quando alguém acredita sinceramente em Baal, não é certo que ele consiga convencer outra pessoa a segui-lo. É improvável que um judeu opte por este caminho. O complacente caminho do meio, no entanto, é socialmente aceitável e pode ser muito atrativo.
Eliáhu era capaz de motivar os judeus à "saírem de cima do muro." Seu compromisso zeloso em encarar a verdade motivou a nação inteira a buscar a verdade e aceitar um confronto — através do qual ficou claramente estabelecido que "D’us é o Senhor."
Congregação Monte Sinai

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